Mesmo que ganhe, como parece ainda ser a possibilidade mais plausível, o placar apertado lançará sombras terríveis sobre o futuro da humanidade.
Boa parte dos estadunidenses simplesmente se viu diante de um cenário parecido com aquele que se apresentava aos alemães no início de 1945, quando o país era invadido pelas forças soviéticas na frente oriental e pelos exércitos dos EUA, Inglaterra e França na ocidental, sem nenhuma escapatória além da rendição.
Já pensaram se, naquele momento, a Alemanha fizesse uma eleição para escolher seu dirigente máximo e Hitler ainda recebesse votos de dois quintos dos eleitores?
Pois é o que se constata da totalização informal da imprensa início de tarde: Biden com 44% e Trump chegando aos 40%.
Como podem indivíduos supostamente racionais votarem num presidente simplesmente catastrófico, que não resolveu nenhum dos graves problemas do país e criou muitos outros, sendo, inclusive, responsável pela maximização do morticínio da covid-19, que já atinge a assombrosa casa de 230 mil óbitos!
O país mais rico do planeta está sendo o que pior administrou a crise do coronavírus, embora possuísse recursos mais do que suficientes para evitar tantas mortes desnecessárias e as quase 9,5 milhões de contaminações!
E o que é pior: a culpa de Trump é simplesmente indiscutível, já que tudo fez para destruir o satisfatório sistema de saúde legado por seu antecessor.
Então, ainda que Biden prevaleça, temos de refletir longamente sobre os motivos que levam tanta gente a optar pelo salto no abismo.
Como não tenho obrigação de agradar ninguém, opino que boa parte da humanidade tem sua vida limitada a horizontes tão exíguos que coloca a vingança contra os que lhes são superiores (os civilizados) acima do próprio instinto de sobrevivência.
São como aqueles idiotas que acompanharam Jim Jones para o suicídio. E o pior é que tudo fazem para nos arrastar juntamente com eles para o nada!
A humanidade vive um momento decisivo. Ainda nem nos livramos da pandemia, que inclusive recrudesce em vários países, como estamos na iminência de enfrentar a pior depressão econômica desde a dos anos 1930.
E, como desgraça pouca é bobagem, acentuam-se os indícios de que as alterações climáticas produzirão doravante efeitos cada vez mais devastadores.
A salvação de nossa espécie dependerá de nossa capacidade de nos unirmos para a sobrevivência. Se, a todos esses perigos acrescentar-se a loucura selvagem dos neofascistas, dividindo-nos quando mais precisamos nos somar, nossas chances diminuirão drasticamente.
A queda de Trump pode ser o primeiro passo para começarmos a tomar as decisões corretas enquanto ainda há tempo; ou a última chance desperdiçada.
E, mesmo que escapemos desta vez, estaremos muito longe da hora de cantar vitória. Muitos outros terríveis desafios teremos adiante. (por Celso Lungaretti)
Um comentário:
Grande Celso.
Sua capacidade de estrategista e de fazer bons prognósticos não se perdeu.
Ocorre que o povo de lá é muito sem noção.
Eles gostam de gente como Trampe.
É mais como ensinou Paulo Freire: tem inveja e tentam imitar o opressor.
A pedagogia do oprimido tem seu valor.
Ainda mais quando um povo vive o delírio de que já foi grande e que o será novamente.
Reconhecer que são criminosos de guerra e genocidas é difícil.
O ego não aguenta.
Hiroshima e Nagazaki foram necessidades, a guerra do Vietnã era para salvar a democracia e o mundo do comunismo.
Nela, na guerra do Vietnã, o padrão ouro foi para as cucuias.
Os caras estavam usando o ouro do mundo depositado em Fort Knox para financiá-la.
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O declínio será inevitável.
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Depois do Tirano, o caos.
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SF
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