Excelente reportagem da Folha de S. Paulo revela qual o modus operandi das manipulações que o governo federal tentou efetuar nos boletins diários do avanço do coronavírus, sendo frustrado pela presteza com que a imprensa e o ministro Alexandre de Morais do STF reagiram à tramoia:
"Ao menos 44% das mortes por coronavírus não entrariam no boletim diário caso o Ministério da Saúde mudasse a metodologia para informar o número de novos óbitos a cada dia.
Na semana passada, a pasta anunciou que pretende mudar o modo de divulgar os dados, informando como novas mortes o número de pessoas que efetivamente morreram nas últimas 24 horas.
Desde o início da pandemia, o ministério utiliza como parâmetro a data de notificação, padrão adotado na maioria dos países.
Dizer que morreram 1.185 pessoas na 4ª feira (10), significa, portanto, que 1.185 novas mortes foram notificadas pelas secretarias de Saúde naquele dia, ainda que parte delas tenha ocorrido em datas anteriores.
São mortes que, portanto, não entrariam no balanço do Ministério da Saúde.
...a pressão para mudar a metodologia partiu da cúpula militar à frente do Ministério da Saúde. A intenção foi pressionar técnicos a entregar uma plataforma com destaque para números menos impactantes".
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Bolsonaro e os militares que o servem não levaram em conta que, depois de a eleição presidencial de 2018 ter sido decidida por uma enxurrada de fake news, os cidadãos conscientes deste país aprenderam a desconfiar de tudo que provenha dos autores e beneficiários daquele estelionato eleitoral.
Então, ninguém engoliu as fake statistics com que agora se pretendia iludir os brasileiros e sabotar ainda mais o combate à pandemia.
Só não entendo como tantos e tão inquestionáveis crimes de responsabilidade ainda não produziram a consequência obrigatória, qual seja a abertura de processo de impeachment contra Jair Bolsonaro. (por Celso Lungaretti)
8 comentários:
"Só não entendo como tantos e tão inquestionáveis crimes de responsabilidade ainda não produziram a consequência obrigatória, qual seja a abertura de processo de impeachment contra Jair Bolsonaro."
Porque as Forças Armadas são as fiadoras deste (des)governo, aliadas ao grande capital transnacional, representado pelo troglodita guedes e, claro, atendendo totalmente a interesses estadunidenses para o continente sul americano.
Eu não subestimo tanto assim a inteligência dos altos comandantes militares.
Quando era preso político, percebi que quase todos eram suficientemente sofisticados para perceberem, p. ex., que vai ser péssimo negócio assumir responsabilidade total pelo governo durante a pior depressão econômica da nossa História. Nessas situações, o povo sempre culpa quem detém o poder.
Que o perfeito idiota do Bozo esteja de fazendo tudo para virar o homem mais execrado do país, é compreensível. Mas, os oficiais da ativa terão emburrecido a tal ponto? Tenho dúvidas.
O certo é que os pijamados não servem de parâmetro para os da ativa, por vários motivos.
Desculpe-me, mas é que na sua corrente de esquerda que não admite o imperialismo ficará sempre faltando uma peça no quebra-cabeças.
Não é questão de subestimar a inteligência dos comandantes militares, pelo contrário, firmaram algum grande acordo com os istêits e sentem-se como o comando sul da potência do norte.
Sem o aval dos istêits, as FA já teriam recuado. Esse plano deve ter sido traçado no pentágono. Mas é claro que o povo brasileiro não foi convidado para o banquete.
"Minha" corrente de esquerda? Lidero ou integro alguma? Só em meus sonhos, pelo menos por ora.
Sou apenas um articulista chegando aos 70 anos, que difunde ideias revolucionárias e libertárias. Com um pouco de sorte, talvez ainda consiga inspirar alguma corrente de esquerda.
"Imperialismo" é uma palavra velha que designa um conceito datado. A esquerda brasileira o usava quando ainda se podia atribuir alguma nacionalidade aos exploradores (quase sempre os EUA).
Hoje o inimigo é uma rede entrelaçada de capitais que se reproduzem onde lhes surgem oportunidades vantajosas. O capital é o inimigo, onde estiver.
Não há mais uma nação dominante, se os EUA sumissem do mapa da noite para o dia, o capital se reorganizaria imediatamente. Aliás, os estadunidenses sairão da pandemia bem menores do que entraram e talvez saiam pigmeus da grande depressão que virá em seguida.
Nosso inimigo não tem mais nacionalidade impressa no seu RG, mas se caracteriza por uma prática que conhecemos desde os tempos de Marx: a exploração do homem pelo homem.
E não dá mais para acabarmos com ele revolucionando uma nação, temos é de superar o capitalismo em todas as nações. Voltamos ao Marx original, o da revolução mundial.
Quanto a conexões sinistras entre a CIA e as Forças Armadas brasileiras, parece-me muito mais que, para os EUA, o Brasil hoje ocupa um dos últimos lugares na escala de prioridades. Isto aqui há muito deixou de ser um tesouro no fim do arco-íris.
Hoje não passa de um país que poderia ser viável numa outra forma de organização da sociedade, mas vale muito pouco em termos capitalistas, daí estar se debatendo numa recessão sem fim, com desigualdades gritantes, desemprego aviltante e hoje transformado em matadouro de pobres e vulneráveis.
Em 1964, os militares golpistas contavam o apoio dos EUA e tinham muitos planos econômicos para reerguer o país. Hoje os EUA provavelmente nos mandarão às urtigas e os militares não têm plano econômico nenhum para tentar implantar que já não tenha sido tentado e haja fracassado.
Seriam idiotas se estivessem ansiosos para assumir uma massa falida e levar a culpa por todos os fracassos e calamidades.
Não creio que o sejam. Não creio que os EUA venham a mover uma palha quando o Bozo for afastado.
E estou convicto de que, para tirarmos o bode da sala e salvarmos centenas de milhares de brasileiros que serão dizimados pela mistura de acefalia e sabotagem presidencial no combate à Covid-19, basta um pouco de determinação e iniciativa. Somos mais fortes e temos razão. O inimigo só parece grande porque nos apequenamos (e muito!) diante dele.
"Hoje não passa de um país que poderia ser viável numa outra forma de organização da sociedade, mas vale muito pouco em termos capitalistas, daí estar se debatendo numa recessão sem fim, com desigualdades gritantes, desemprego aviltante e hoje transformado em matadouro de pobres e vulneráveis.
Em 1964, os militares golpistas contavam o apoio dos EUA e tinham muitos planos econômicos para reerguer o país. Hoje os EUA provavelmente nos mandarão às urtigas e os militares não têm plano econômico nenhum para tentar implantar que já não tenha sido tentado e haja fracassado."
Peraí, e a guerra comercial com a China? E o 5G chinês, que controla todas as informações disponíveis ? E a soja, a carne e o minério ? Você acha que os istêits abririam mão fácil do quintal sul americano? De jeito nenhum.
Sugiro ler a notícia do pastelão do Exército ao dar um parecer esdrúxulo contra as portarias do rastreamento de armas e munições. O bozo revogou em abril as três portarias que garantiam esse rastreamento. Favorece o crime organizado, mas também as operações secretas dos istêits em nosso território. Inclusive para atacar a Venezuela.
Ninguém é santo na política brasileira, prefiro me manter neutro!!! O tempo muda
Anônimo das 19h39, os EUA não estão nem aí para nós, caso contrário teriam dado uma mínima ajuda que fosse para evitar o derretimento acelerado do governo do Bozo.
O capitalismo que ora marcha para o fim é bem diferente daquele de três décadas atrás, que até hoje inspira seus estereótipos.
Quanto ao ataque à Venezuela, daria um belo filme da franquia 007: James Trump contra o satânico dr. Maduro. Mas, para decepção dos obcecados por teorias da conspiração, vai ficar só na fértil imaginação dos ditos cujos.
Meggasaber, o post não é sobre política brasileira, mas sim sobre manipulação de dados e sabotagem de medidas sanitárias.
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