O grandioso ato no Largo da Batata comprovou: os donos das ruas de São Paulo agora são os antifascistas! |
Sim, ainda temos pandemia. E mais de 35 mil brasileiros morreram até agora, apesar de o governo Bolsonaro tentar ocultar os dados.
No entanto, cada vez mais pessoas tomam consciência de que derrotar o vírus passa por derrotar tal governo. Pois a atitude genocida do presidente está estimulando a ampliação no número de mortes no país.
Ele não apenas desconsiderou a gravidade da pandemia, como também fez tudo para dificultar o auxílio financeiro às classes mais pobres do Brasil. Seu descaso com a vida dos brasileiros mostra claramente a personalidade de um sociopata.
Cercado por militares igualmente genocidas, começou agora a destruir também o Ministério da Saúde e a sonegar dados sobre a evolução da doença. Como se fosse um Hitler piorado, decidiu cair levando consigo todos os brasileiros que puder.
Dura derrota para Bolsonaro foi este seu bastião também ter caído nas mãos do povo: Brasília! |
Por isso, mesmo correndo risco de contaminação, milhares de pessoas decidiram ir às ruas neste domingo (7), em inúmeras manifestações por todo o Brasil.
Só podemos agradecer o heroísmo dessas pessoas que, mesmo expondo-se ao perigo, saíram às ruas para defender os interesses maiores do povo brasileiro.
Saíram às ruas para pregar o afastamento do presidente e também para lutar contra o racismo que tão impregnado ainda está em nossa sociedade.
Racismo, inclusive, que é responsável por ampliar o número de óbitos pela Covid-19 entre os negros: eles constituem a maioria esmagadora dos trabalhadores precarizados que não possuem outra opção que não a de buscar nas ruas o necessário para a sobrevivência familiar, mesmo sabendo que estão sujeitos à fatalidade.
No Rio de Janeiro a luta contra o racismo foi destacada |
Na verdade, a luta contra o racismo e a luta contra Bolsonaro são a mesma coisa, pois ele é o grande promotor do racismo no Brasil.
Quando incentiva as pessoas a saírem da segurança de suas casas para trabalhar, sem importar-se com sua possível contaminação, ele está mexendo justamente com o emocional da parte mais pobre e precarizada da população, ou seja, os negros. Isso transforma seu ato praticamente numa ação de limpeza étnica, ou seja, puro genocídio.
Daí as manifestações de hoje se haverem tornado, praticamente, uma ação de sobrevivência.
É este, fora de dúvida, o grande triunfo de tais protestos, que mobilizaram número gigantesco de participantes. Seu sucesso pode ser melhor dimensionado quando se observa quão poucos bolsonaristas ousaram sair às ruas. Um número bem diminuto, poucas dezenas de cabeças de gado.
O contraste foi claro. O povo brasileiro, massivamente, está contra Bolsonaro e seu projeto destrutivo. A tendência é de que o movimento doravante só cresça, apesar da permanência da pandemia.
Belô também repudiou o presidente em franco declínio |
Com isto Bolsonaro prova do seu próprio veneno, pois não foi ele quem, apesar das recomendações sanitárias, convocou seus apoiadores a irem às ruas? Isto só serviu para que ele provasse o gosto amargo de vê-las tomadas por seus opositores.
Apenas a pressão popular será capaz de derrubar Bolsonaro. mas não devemos exigir apenas sua remoção. É imperativa sua prisão e julgamento pelos crimes cometidos durante a pandemia e mesmo antes.
Não podemos e não devemos repetir os erros da redemocratização de 1985. A queda do Bolsonaro deve ser por nós encarada como um ponto de partida, não como ponto final. Nada de ficarmos a reboque das forças liberais que apenas querem retirar o vilão mais identificado como tal pela coletividade, para que o restante possa permanecer tudo como está.
É preciso irmos além, atacando as bases estruturais que fomentam e possibilitam a ascensão de Bolsonaros.
Mas, já existe o que comemorarmos: o pontapé inicial foi dado e, pelo jeito, a partida poderá se resolver em pouco tempo, com uma massacrante vitória dos democratas.
E a prudência manda ficarmos mais atentos do que nunca, pois um animal acuado é sempre mais perigoso.
A luta só começou. Por isso, para todos aqueles que puderem e quiserem, é preciso ir às ruas já! Fora, Bolsonaro!
de Souza Coelho)
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(David Emanuel de Souza Coelho)
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