domingo, 7 de junho de 2020

HOJE FOI O DIVISOR DE ÁGUAS: A JORNADA DE MANIFESTAÇÕES FEZ DO GOVERNO BOLSONARO UM MORTO-VIVO

Estou orgulhoso: este nosso corajoso blog, tocado sem nenhuma publicidade nem contribuição de ninguém pelos três idosos que somos e por um jovem com a metade da nossa idade que desponta como uma auspiciosa revelação, conseguiu produzir uma das duas melhores matérias deste domingo (7) sobre a jornada de manifestações que selou definitivamente a sorte do (des)Governo Bolsonaro: esta aqui.

A outra foi do imprescindível Ricardo Kotscho, que tanto como nosso David Emanuel Coelho, ousou dar a dimensão correta do massacre hoje ocorrido: 
"Em Brasília, no Rio, em São Paulo e Belo Horizonte, as manifestações antifascistas, pela democracia, contra o governo e antirracistas, deram de 7 a 1 nos apoiadores do governo.
(...) Este domingo, 7 de junho de 2020, pode ter sido um divisor de águas a favor da democracia, como foi a campanha das diretas-já em 1984"
Para quem desconhece os limites da grande imprensa, explico: o Kotscho está subentendendo que hoje foi um divisor de águas. Mas, para não ser acusado de parcialidade ou wishful thinking, ele é obrigado a relativizar sua convicção com esse pode ser para inglês ver.

De resto, já nas notícias publicadas nesta noite eu percebo que a grande imprensa sutilmente procura reduzir o impacto da jornada em que o Governo Bolsonaro perdeu definitivamente o controle das ruas, cumprindo uma das derradeiras etapas de sua descida ao inferno.

Mas, não se assustem: os jornalões estão longe de pretenderem salvar o Bozo, mesmo porque hoje ele chegou ao ponto de não-retorno e sua queda agora é apenas questão de tempo. 

O esforço da grande imprensa é no sentido de turbinar o papel da sociedade civil na derrubada do Bozo e reduzir na mesma proporção os méritos dos que foram às ruas para quebrar as pernas do neofascismo.

Ou seja, seus olhos já estão mirando o novo esquema de poder, depois que os malucos e os aloprados forem devidamente enxotados. E, querendo manter entre eles a parte do leão, não lhes convém deixar o povo perceber a importância do papel que os nossos desempenharam.

Então, o Lula estaria certo ao recusar-se a assinar os manifestos? Claro que não! Pois:
— foi com eles que entramos nesta fase de neutralização definitiva do governo miliciano; 
— no embalo dos manifestos veio, dia 31 último, a retomada da avenida Paulista com o apoio dos torcedores de futebol; 
— hoje tal fenômeno se alastrou para muitas outras cidades brasileiras e em São Paulo a superioridade dos antifascistas foi simplesmente acachapante; e
— o despertar das ruas obrigará os poderosos a acelerarem a substituição de presidente, antes que o possante movimento que vem de baixo atrapalhe os planos dos de cima para, como bem disse o David, retirarem "o vilão mais identificado como tal pela coletividade, para que o restante possa permanecer tudo como está".

Ou seja, cada passo levou a outro e o Lula viu tudo acontecer sob suas barbas, repudiando os manifestos pluripartidários e recomendando que ficassem em casa os que hoje praticamente encomendaram o caixão do Governo Bozo. 

Quando um presidente catastrófico é responsável direto pela morte de um sem-número de brasileiros graças ao pandemônio no qual transformou a administração da crise sanitária, negaceios são inaceitáveis.

Ainda mais no exato momento em que nossa luta começava a deslanchar, tornando imperativa a multiplicação de iniciativas e ações que nos mantivessem em posse da iniciativa e forçassem o outro lado a permanecer na defensiva

."Quem afrouxa na saída/ ou se entrega na chegada/ não perde nenhuma guerra/ mas também não ganha nada", ironizou o Vandré. 
Os que refugaram quando havia trabalho fundamental a fazer, realmente não correram o risco de perder a guerra (já que os torcedores de futebol a lutaram no lugar deles).

Mas também não ganharam nada e hoje estão bem menores do que duas semanas atrás. (por Celso Lungaretti)

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