terça-feira, 5 de maio de 2020

LEONARDO SAKAMOTO DEVOLVE O "CALA A BOCA!" PARA BOLSONARO, COM JUROS

BOLSONARO BERRA
 COM JORNALISTA PARA ESCONDER CULPA POR MORTOS DA COVID-19
Jair Bolsonaro nos ensinou que, quando ele surta em público, atacando alguém ou alguma coisa com um discurso ensaiado, temos de olhar também para o outro lado. Ou seja, algo que ele quer esconder com as repercussões do seu surto. É uma técnica rudimentar de nuvem de fumaça, mas se encaixa bem em suas aptidões. 

Na manhã desta 3ª feira (5), o presidente da República berrou com a reportagem da Folha de S.Paulo, mandando os jornalistas calarem a boca e atiçou sua claque, que também atacou a imprensa. Ele negou que tenha demandado a troca do superintende da Polícia Federal no Rio de Janeiro – antigo desejo seu. 
A dificuldade de fazer essa substituição foi um dos motivos de insatisfação com o ex-diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, e com o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro. 

O atual superintendente, Carlos Henrique Oliveira, foi convidado para ser o diretor-executivo da instituição. Uma mudança espertinha, que garante um álibi para a interferência na PF a fim de colocar alguém mais alinhado à necessidade de ficar de olho nos interesses do presidente e de sua família no seu Estado-base. 

Há um efeito colateral desejado nisso tudo. Enquanto ele grita com a imprensa, apoia manifestações que pedem um golpe militar, faz vistas grossas para funcionário do seu governo que agride enfermeiras, ameaça o Supremo Tribunal Federal, não precisa responder sobre os mais de 7,3 mil mortos oficiais por Covid-19. O número é subdimensionado, contudo – de acordo com pesquisadores, o real pode ser nove vezes maior.


—QUER QUE EU FAÇA O QUÊ?

—FICAR QUIETO E NÃO ATRAPALHAR, AO INVÉS DE TORTURAR A REPÚBLICA, ASSASSINAR A DEMOCRACIA E CRIAR CORTINAS DE FUMAÇA PARA ESCONDER SUA INCOMPETÊNCIA NA TRAGÉDIA HUMANITÁRIA QUE VIVEMOS.
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Ele tem menosprezado o coronavírus e bombardeado sistematicamente as medidas de isolamento social que evitam sobrecarga no sistema de saúde e ajudam a reduzir a quantidade de óbitos. 

Ao mesmo tempo, esforça-se para terceirizar a responsabilidade pelos efeitos sanitários e econômicos da pandemia a governadores e prefeitos. Além de sua demora em garantir ajuda a trabalhadores informais e formais atingidos e micro e pequenas empresas prejudicadas ter semeado caos social e econômico. Muitos não conseguiram acesso ao auxílio emergencial porque o sistema digital simplesmente não os reconhece. 

Quanto mais as medidas de isolamento horizontal surtem efeito, reduzindo o impacto da pandemia, mais Bolsonaro diz que elas não servem para nada. Vende isso como a prova de que estava certo em chamar a pandemia de gripezinha e que a paralisação de atividades não essenciais era desnecessária. Quer se beneficiar daquilo que sistematicamente ataca. 

"E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê?", perguntou o presidente da República no último dia 28. 

Ficar quieto e não atrapalhar ao invés de torturar a República, assassinar a democracia e criar cortinas de fumaça para esconder sua incompetência na tragédia humanitária que vivemos. Só isso.(por Leonardo Sakamoto)

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