sexta-feira, 8 de maio de 2020

JÁ QUE ESTAMOS SENDO OBRIGADOS A VER A TOSCA FARSA, QUE TAL A COMPARARMOS COM A TRAGÉDIA QUE ELA REPETE?

O filme em cartaz no Brasil há intermináveis 16 meses, uma semana e um dia bem que poderia intitular-se Bozo: a Avacalhação do Mal.

Seu enredo até que lembra um pouco o de Hitler: a Ascensão do Mal, premiada minissérie canadense de dois episódios dirigida por Christian Duguay em 2013, com Robert Carlyle como vilão principal. Trata-se do filme para ver no blog a que os leitores podem assistir, completo e legendado, na janelinha abaixo.

A diferença é que o primeiro foi um personagem histórico e o segundo não passa de um equívoco da História. E isto não apenas pela contagem de cadáveres (as ações de Hitler causaram ou indiretamente propiciaram um total aproximado de 85 milhões de mortes e as do Bozo, estima-se, tendem a fechar a conta com, no máximo, 1 milhão de óbitos).

Mas também porque Hitler era um gênio do mal, tendo conduzido a nação alemã ao abismo graças à sua poderosa retórica, que veio ao encontro dos sentimentos de frustração e ânsia de reafirmação dos germânicos após a derrota na 1ª Guerra Mundial, as condições draconianas impostas pelos vencedores e a devastação econômica decorrente de uma das piores hiperinflações da História.

Ele sabia fazer o discurso certo na hora certa e, com sua amoralidade e desumanidade extremadas, logrou reerguer a Alemanha e conquistar boa parte da Europa até que a sorte nos campos de batalha da 2ª Guerra Mundial virou e seu castelo de cartas ruiu espetacularmente. 

Já o Bozo consegue ser tão caricato quanto o Hitler dos piores momentos e é igualmente consumido pelo ódio contra tudo e contra todos, mas as semelhanças terminam por aí. 

Após três décadas de carreira política das mais medíocres, foi alçado ao poder por poderosos que não encontraram ninguém mais apto para servi-los na eleição de 2018, iniciou o governo em circunstâncias infinitamente melhores que as do Hitler e conseguiu dilapidar em tempo recorde o capital político de que dispunha, até chegar à condição atual, de um cadáver político esperneando para aparentar vida enquanto o rabecão não chega. (por Celso Lungaretti)

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