segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

DEPOIS DE REINALDO AZEVEDO, TAMBÉM GUSTAVO BEBIANNO PÕE EM DÚVIDA A SANIDADE MENTAL DE BOLSONARO

edson sardinha
BEBIANO VAI À JUSTIÇA CONTRA BOLSONARO: "PRECISA DE TRATAMENTO PSIQUIÁTRICO"
O ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência Gustavo Bebianno afirmou nesta 2ª feira (23) ao Congresso em Foco que vai interpelar na Justiça o presidente Jair Bolsonaro por ter sugerido, em entrevista à revista Veja, que ele teve participação no atentado praticado pelo desempregado Adélio Bispo durante a campanha eleitoral. 

Bebianno disse que pretende apresentar a ação no início do próximo ano. “Já estou me mexendo para promover uma interpelação criminal. Depois, ação cível”, explicou.

Para o ex-ministro, que presidiu o PSL e coordenou a campanha de Bolsonaro, o presidente precisa de tratamento psiquiátrico:
"A raiva passou. Sinto pena. O Jair está nitidamente desequilibrado. Precisa urgentemente de tratamento psiquiátrico. Estou também preocupado, uma vez que o país está sob seu comando. Isso tudo é muito triste. Não era para ser assim".
Na entrevista à Veja, Bolsonaro não chegou a citar o nome de Bebianno, mas fez ilações que remetem ao ex-aliado: 
"O meu sentimento é que esse atentado teve a mão de 70% da esquerda, 20% de quem estava do meu lado e 10% de outros interesses. 
Tinha uma pessoa do meu lado que queria ser vice. O cara detonava todas as pessoas com quem eu conversava. 
Hoje eles se veem como terrorista e louco, respectivamente
Liguei para convidar o Mourão às 5 da manhã do dia em que terminava o prazo de inscrição. Se ele não tivesse atendido, o vice seria essa pessoa. 
Depois disso, eu passei a valer alguns milhões deitado".
O presidente já acusou o ex-ministro de atrapalhar a candidatura do hoje deputado Luiz Philippe de Orleáns e Bragança a vice-presidente por meio de um falso dossiê. Bebianno gravou um vídeo, na ocasião, negando ter produzido qualquer material contra Luiz Philippe ou qualquer outro postulante a vice de Bolsonaro.
"O presidente deveria buscar tratamento. Um bom remédio é amar mais e odiar menos. Reflexão sobre o passado também ajuda. Cuspir no prato que comeu é muito feio. 
Esse período do ano é propício para isso. Ele deveria aproveitar".
Após a publicação da entrevista, a deputada estadual Janaína Paschoal relatou no Twitter que o ex-ministro insistiu para que ela assumisse a candidatura até horas antes de o general Hamilton Mourão ser escolhido e anunciado como companheiro de chapa do presidente.

Bebianno afirmou que Bolsonaro tem disparado reiteradas mentiras contra ele e demonstrado ingratidão: 
"O Jair está nitidamente desequilibrado"
"No primeiro momento, fiquei com muita raiva. Só fiz o bem para esse cara.  Carreguei a campanha nas costas, assim como o partido. Eu e o deputado Julian Lemos.  Trabalhamos incansavelmente. Não aceito mentiras e acusações de qualquer natureza".
O ex-ministro também contou que tomou medidas de segurança depois de receber ataques de Bolsonaro. 
"A irresponsabilidade do presidente me obriga a isso. Mas o Poder Judiciário examinará toda essa questão"
TOQUE DO EDITOR — Tais declarações de Bebbiano, em entrevista ao repórter Edson Sardinha, do Congresso em Foco, vêm ao encontro do impactante post (clique aqui p/ abri-lo) de três dias atrás do Reinaldo Azevedo, que enxergou "idiotia clínica" no presidente e concluiu:
"(Bolsonaro) Ocupa, no entanto, um lugar de quem está obrigado a responder por seus atos. O único remédio que a institucionalidade tem de ministrar a ele é o triunfo da lei. O Brasil não pode se transformar em seu hospício privado"
E a pergunta que não quer calar é: se ambos estiverem certos, como a institucionalidade administrará tão grave problema? Com a tibieza e a morosidade habituais, enquanto mais anos estarão sendo perdidos? 

Deus nos acuda! 
(por Celso Lungaretti)

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