segunda-feira, 30 de setembro de 2019

QUALQUER SEMELHANÇA ENTRE O PLÍNIO SALGADO E O JAIR MESSIAS BOLSONARO JAMAIS SERÁ MERA COINCIDÊNCIA – 2

(continuação deste post)
"QUERO QUE TODOS POSSAM COMPRAR SEUS FUZIS"  Hitler era armamentista. Ao assumir o poder na Alemanha (que, depois da derrota na 1ª Guerra Mundial, ficou proibida de fabricar armas de guerra), logo apressou-se em iniciar um programa armamentista sob disfarce.

Sem que o mundo soubesse sem margem para dúvidas, tornou a Alemanha detentora de impressionante poderio bélico-militar, que já denunciava os seus intentos de revanche, alimentado pelas frustrações remanescentes da derrota alemã na guerra da qual Hitler participara como cabo (Bolsonaro também tem DNA militar, como capitão).

O mundo ficou perplexo quando constatou o poderio militar da Alemanha nazista nas anexações de territórios dos países vizinhos (República Tcheca, Eslováquia, Polônia, Áustria), mas já era tarde. 

Boçalnaro, o ignaro, não difere em nada de Hitler quanto ao seu discurso armamentista. Quando diz querer "que todos possam comprar seus fuzis”, ele está incitando a população a armar-se, na provável suposição de que. a partir daí e de uma lavagem cerebral doutrinária neointegralista, possa contar com ela para um confronto com as instituições democrático-burguesas, não no sentido do avanço horizontalizado do poder popular, mas do poder verticalizado ditatorial que não aceita interferências. 
Como cada pessoa poderia utilizar suas quatro armas (tal decreto foi revogado)
O boçalnarismo entende que, fortalecido pela opinião pública doutrinariamente ensandecida (tal como ocorreu com Hitler), só precisaria de um cabo e um soldado pela fechar o Supremo Tribunal Federal, conforme elucubrou um dos seus filhos zero à esquerda. 

A pretensão dele e de seu ministro da Justiça Sergio Moro, em ampliar o poder discricionário da repressão militar ao crime, oportuniza o clima de tensão sobre uma população economicamente exaurida pelo capitalismo selvagem (de lei da selva, não dos silvícolas que ora são atingidos nos seus direitos ancestrais à terra) que perpassa todo o programa econômico de seu governo.

Hitler também perseguiu os ciganos, judeus e comunistas, enquanto Boçalnaro vitupera obsessiva e cansativamente Cuba e Venezuela como comunistas, embora estejam longe de serem exemplos da partilha comunista idealizada pelo Marx esotérico.

A obsessão boçalnarista pelo tema morte está invariavelmente presente nos seus discursos, quando inverte o conceito de defesa da vida pela prática da morte, tal qual fazia o seu congênere hitleriano. 
E o soldado que entrega o ouro pro inimigo, o que é?

Diz Boçalnaro: “O soldado que vai à guerra e tem medo de morrer é um covarde”, reforçando a ideia absurda de indução à guerra como forma de combate aos males sociais e afirmação do nacionalismo retrógrado.

Sabemos estar vivendo em meio a uma guerra urbana graças ao aumento vertiginoso de assassinatos de bandidos, de inocentes e de militares. 

O pensamento boçalnarista, antes de buscar as causas mais profundas e de base da violência social em todos os estados brasileiros, prefere tentar impor uma impossível paz pelas armas, daí sustentar que “a árvore que não der frutos, deve ser cortada e lançada ao fogo” (usando interpretação do seu fundamentalismo bíblico distorcido e rasteiro). 

Em seguida, conclui “Eu sou favorável à pena de morte” (alguém dele esperaria outra postura?). 

Os genocidas matam milhões em nome da vida.    

Hitler era flagrantemente racista e xenófobo. Perseguiu, como dissemos, ciganos e judeus; desejava que a raça ariana germânica, descendentes dos celtas) dominasse a mundo, e considerava os eslavos (russos e poloneses) como sub-raça. 

Mas não parava por aí: era também homofóbico. 

Röhm, morto pelos preconceituosos
O nazistas perseguiram os homossexuais. Afirmavam que a Alemanha do 3º Reich não poderia aceitar aquela prática (crescente na Berlim daquela época, em que havia até movimento de defesa dos direitos dos gays, iniciado pelo ativista Magnus Hirschfield). 

Viam-na como uma decadência dos costumes germânicos. Para eles, era inaceitável a convivência do nacional socialismo com a homossexualidade, pois isso prejudicaria a necessária reprodução e perpetuação da raça ariana (um absurdo próprio ao desvario totalitário racista!).

Líderes nazistas importantes que eram homossexuais sofriam perseguições. Caso de Ernst Röhm (chefe das temíveis SA, a primeira milícia do partido nazista),  que foi assassinado em 1934 na chamada Noite das Facas Longas, em grande parte por preconceitos decorrentes de sua orientação sexual. 

No Brasil, onde o boçalnarismo  também tem muitas afinidades com milícias, a homofobia é  outro ponto em comum. Uma das frases mais criticadas do Boçalnaro vai exatamente nesta direção (“O filho começa a ficar assim meio gayzinho, leva um couro, ele muda o comportamento dele. Olha, eu vejo muita gente por aí dizendo: ainda bem que eu levei umas palmadas, meu pai me ensinou a ser homem”). 

Entre dar um couro (leia-se porrada) e assassinar, como fazem os homofóbicos neointegralistas que atiram nos homossexuais por crime de ódio, a distância é pequena. Boçalnaro insere-se entre os que, tal como os nazistas e neointegralistas, consideram o homossexualismo como um desvirtuamento comportamental inaceitável. 

Além de ser uma postura odiosa com relação aos que têm uma preferência sexual diferente da que o seu neointegralismo considera como unicamente aceitável, o seu pronunciamento temerário, preconceituoso, perigoso e inoportuno é mais uma manifestação explícita de sua ignorância e despreparo para o cargo que exerce. (por Dalton Rosado)
(continua neste post)

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