Nas últimas semanas, certas expressões do passado foram usadas para definir as insanidades diárias de Jair Bolsonaro.
Algumas, muito populares em seu tempo, podem necessitar de explicação para os leitores de hoje:
"Bolsonaro está transformando o Brasil num grande Febeapá."
Febeapá era a sigla de Festival de Besteira que Assola o País, instituição criada pelo colunista Stanislaw Ponte Preta, em 1964.
Referia-se aos militares da ditadura, que mandaram recolher nas livrarias o romance A Capital, de Eça de Queirós, pensando que era o O Capital, de Karl Marx.
Referia-se aos militares da ditadura, que mandaram recolher nas livrarias o romance A Capital, de Eça de Queirós, pensando que era o O Capital, de Karl Marx.
Eles também proibiram o Balé Bolshoi de se apresentar no Teatro Municipal por ser russo, donde comunista. Mas Bolsonaro não fará isto, porque nunca leu um livro e não sabe o que é o Balé Bolshoi.
"Bolsonaro é um Napoleão de hospício."
O Napoleão de hospício foi criado por Nelson Rodrigues e, segundo Nelson, era o verdadeiro Napoleão —porque nunca teria um Waterloo. Mas Bolsonaro terá o seu Waterloo. Não demora a fazer algo realmente tão grave, comprometendo a estabilidade do país, que terão de pedir a camisa-de-força.
"Bolsonaro governa como se
estivesse na Gaiola de Ouro."
estivesse na Gaiola de Ouro."
A Gaiola de Ouro é o velho apelido da Câmara dos Vereadores do Rio, famosa pelos atos que Bolsonaro diz combater. Em 1987, seus 39 felizes vereadores admitiram 485 servidores sem concurso, para lhes servir café e abaná-los, e, em 1988, pode crer, nada menos que outros 10 mil. Bolsonaro fez parte dela, como vereador, de 1989 a 1991.
Por Ruy Castro |
Por que não? É a família acima de tudo, você sabe. Principalmente as dos amigos.
2 comentários:
Celso, você viu isto?
Mourão associa tremores de Merkel a medo de Donald Trump
Em evento no interior do RS, vice também chamou americano de 'nosso presidente'
Folha 7.ago.2019 às 13h56
Paula Sperb
Porto Alegre
O vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão (PRTB), relacionou os recentes episódios de tremores em público da chanceler alemã, Angela Merkel, 65, a um suposto medo que ela tem do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump —a quem se referiu como “nosso presidente”.
Em um almoço para empresários na cidade gaúcha de Santa Cruz do Sul (120 km a oeste de Porto Alegre), na última terça-feira (6), Mourão falou sobre política internacional ao tratar o que chama de desafios do mundo atual.
O general mostrou em uma apresentação de PowerPoint a famosa foto da cúpula do G7 de 2018, que reuniu os líderes de algumas das principais potências do mundo. Na imagem, Merkel aparece de pé, com as mãos apoiadas em uma mesa, em frente a Trump, que está sentado e de braços cruzados.
A chanceler alemã, Angela Merkel, fala para o presidente americano, Donald Trump, em encontro do G7 no Canadá, em 2018 A chanceler alemã, Angela Merkel, fala para o presidente americano, Donald Trump, em encontro do G7 no Canadá, em 2018 - Jesco Denzel/ Bundesregierung/Reuters
À época, a imagem foi entendida como um símbolo da atual relação entre os dois, com a alemã se comportando como uma adulta que dá uma bronca em uma criança teimosa (no caso, Trump). Os tremores de Merkel só começaram a ser notados cerca de um ano depois da foto.
Porém, na palestra, Mourão fez uma interpretação oposta. Afirmou que os tremores seriam resultado da “encarada” de Trump.
Com a foto projetada em um telão, o vice-presidente disse: “Esse é o retrato do concerto das nações, o retrato dos mais desenvolvidos.
O nosso presidente, Donald Trump, dando uma encarada na Merkel".
"Acho que foi por isso que a Merkel começou a ter uns tremores de vez em quando. Observe aí a postura do japonês Abe, de braços cruzados, tipo assim ‘isso não vai dar certo’. É o mundo. Os líderes estão aí, cada um buscando o seu objetivo e nós temos que entender e buscar os nossos.”
A alemã teve três episódios públicos de tremores entre junho e julho de 2019, criando suspeitas sobre seu estado de saúde. A imprensa local chegou a especular se ela poderia ter alguma doença, como Parkinson, ou se os temores eram causados por estresse.
O governo alemão, porém, afirmou apenas que o assunto era uma questão privada da chanceler.
No mesmo dia, Mourão também cumpriu agenda em Porto Alegre, onde afirmou que o Brasil passa a adotar uma lista de venezuelanos ligados ao regime de Nicolás Maduro barrados de ingressar no país.
"Nós, aqui no Brasil, estamos cumprindo, a partir de agora, o que estava acordado na reunião do Grupo de Lima de janeiro. Que todos os países têm de ter uma lista daqueles elementos do regime que estão enquadrados em crimes contra a humanidade e também na corrupção e roubo dos recursos do povo venezuelano", disse Mourão.
"O Chile e a Argentina já tinham essa lista de gente que não poderia entrar lá. Mas, agora, finalmente conseguimos concretizar a nossa. E essa turma não vai poder sair da Venezuela para vir para cá para o Brasil gastar o dinheiro que roubaram do povo venezuelano."
VOCÊ SE LEMBRA DO FILME 'JANGO'? HÁ UMA CENA DE LACERDA CHEGANDO DOS EUA E DIZENDO
'O PRISIDENTE...ETC'
O Mourão deveria fazer como os jogadores de futebol, que tomam o maior cuidado para não entrarem no gramado com o pé esquerdo. Ele andou sumido do noticiário e reapareceu dizendo irrelevâncias.
Quanto à Merkel, quando o assunto é doença e não se sabe qual, o melhor que se tem a fazer é calar. Ficar conjeturando é um desrespeito. Ela deve ter seus motivos para não tornar público o assunto e isto deveria ser respeitado.
Abs!
Postar um comentário