segunda-feira, 10 de junho de 2019

AS TABELINHAS ENTRE PELÉ E COUTINHO ENGRANDECERAM O FUTEBOL. AS DE MORO COM DALLAGNOL AVACALHARAM A JUSTIÇA

Dallagnol e Moro entendiam-se tão bem, mas tão bem, que suas tabelinhas...
tales faria
TROCA DE MENSAGENS PODE ANULAR DECISÕES DE MORO
Ministros do Supremo Tribunal Federal ficaram alarmados com a publicação pela The Intercept Brasil das mensagens trocadas entre o então juiz Sérgio Moro –hoje ministro da Justiça– e a força-tarefa da Lava Jato

As mensagens (para acessar as quatro partes da série, clique aqui: 123, 4) revelam que Moro orientou investigações e poderia até ter antecipado informações para o procurador Deltan Dallagnol sobre os casos da Lava Jato. 

Nas primeiras conversas durante o dia de hoje, alguns dos ministros acharam que já está claro que não se aplica um dos argumentos usados pela força-tarefa da Lava Jato em sua defesa. 
...chegariam até a lembrar as de Coutinho com Pelé...

Os procuradores afirmam que as mensagens foram obtidas de forma criminosa e, por isso, invocam a teoria da arvore dos frutos envenenados: uma prova ilícita não pode ser usada para condenação. 

No caso das mensagens divulgadas pelo The Intercept Brasil, provavelmente as mensagens foram mesmo obtidas por algum hacker, portanto de maneira ilícita. 

Segundo alguns dos magistrados do Supremo, talvez não possam ser usadas para condenar Moro ou os procuradores em algum processo. Mas mesmo isso é duvidoso. 

No entanto, a revelação das mensagens pode, sim, servir para anular alguns dos processos ali tratados. 

É o caso, p. ex., do processo sobre o tríplex no Guarujá, em que a Lava Jato acusa o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ter recebido o imóvel como propina. 

Está sendo citado nas conversas entre os membros do STF o livro Direito constitucional, obra de referência escrita pelo ministro Alexandre de Moraes. 
...se não fosse este pequeno detalhe...

Especialmente no trecho em que, ao tratar de casos de corrupção passiva de servidores, Moraes diz explicitamente o seguinte: 
"As condutas dos agentes públicos devem pautar-se pela transparência e publicidade, não podendo a invocação de inviolabilidade constitucional constituir instrumento de salvaguardas de práticas ilícitas, que permitam a utilização de seus cargos e funções ou empregos públicos como verdadeira cláusula de irresponsabilidade por seus atos ilícitos…" 
Ou seja, o princípio da inviolabilidade da intimidade não pode ser usado pelo servidor público para esconder atos ilícitos. 

O vazamento, no entanto, deve suscitar uma nova disputa dentro do STF. 

A heterodoxia de Moro no caso da Lava Jato não agrada parte da Corte já há algum tempo. Mas os defensores da operação Lava Jato têm formado maioria até agora, o que serviu para blindar Moro e os procuradores. 
...que pode tornar inúteis todos os sapos engolidos.
A expectativa agora é de que a divulgação das mensagens mexa com as posições de alguns dos ministros. Especialmente Rosa Weber, Celso de Mello e Cármen Lúcia. 

Se isto ocorrer, Moro e os procuradores estarão em apuros. E Lula e demais acusados da Lavo Jato passam a ter novas esperanças. 
.
(por Tales Faria) 

4 comentários:

Anônimo disse...

***
Celso,
Como você já tinha antecipado os Caras vão rifar o presidente.
Esta das conversas entre as otoridades está tendo uma divulgação inusual na grande mídia.
Estão dizendo o que todos já estavam carecas de saber: a prisão de Lula foi política.
A questão é quem eles vão colocar no lugar, ou é bem possível que ele fique de rainha da inglaterra igual o Temer...

celsolungaretti disse...

Companheiro,

só posso falar o que a Constituição determina.

Se o presidente da República não puder completar o mandato, assume o vice.

Se este também ficar impossibilitado e faltarem dois anos ou mais de mandato, assumem provisoriamente, pela ordem: o presidente da Câmara; o presidente do Senado; o presidente do STF. Qualquer um desses três terá a obrigação de convocar novas eleições diretas, para a escolha de quem terminará o mandato.

Se presidente e vice ficarem impossibilitados depois do transcurso de dois anos de mandato, a eleição do substituto será indireta (votarão só os senadores e deputados federais).

Se os poderosos se cansarem das lambanças e da beligerância do Bolsonaro, a tendência é de o trocarem pelo Mourão, ou preferirem esperar até 2021 para o Congresso eleger o sucessor. Duvido que queiram correr o risco de uma nova eleição popular.

Fausto Neves disse...

Celso

A coisa pegou ou ainda vai pegar?
Isso de 'divulgação inusual na grande mídia' é maisoumenos. A repercussão
está sendo internacional desde ontem, incluindo The Guardian, Nytimes,Washington post
Aí vem o Mourão? que já disse 'não sei porque não sou democrata'

Abs

celsolungaretti disse...

Fausto,

o enfraquecimento do governo Bolsonaro é evidente. Mas, daí à derrubada há um caminho a ser percorrido.

Não é do dia para a noite, a menos que ele perca a a cabeça e faça uma grande besteira, como o Jânio Quadros fez.

Abs.

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