sexta-feira, 26 de abril de 2019

E EIS QUE AFINAL PUBLICAM A ENTREVISTA DO LULA. O QUE HÁ DE NOVO? MUITA GALINHA E POUCO OVO...

A Folha de S. Paulo (leia aqui, se for assinante da Folha ou do UOL) e o El País (leia aqui) publicaram seus respectivos textos de apresentação da entrevista que as otoridade finalmente consentiram que ambos realizassem com o ex-presidente Lula. 

Voltarão ao assunto várias vezes, mas, se seguiram a prática jornalística de colocar trechos fortes na introdução para criar interesse pelas publicações seguintes, o parto da montanha terá sido um rato: depois de tanta lengalenga sobre se Lula poderia ou não ser entrevistado, o que se lê é, ou o previsível, ou o de sempre. 

Mesmo ressalvando o fato de ele haver sido cauteloso em algumas respostas, percebe-se claramente que nada tem a dizer de efetivamente importante, capaz de criar comoções no atual momento político. Dentro ou fora da prisão, seu tempo passou. 

Está mais do que na hora de o livrarem da atual condição humilhante e desumana, injustificável sob todos os pontos civilizados de vista. A prisão domiciliar é, gritantemente, a melhor solução no caso dele.

Aos 73 anos, não poderá causar dano a ninguém e nem sequer está preso em função de crimes realmente graves (jamais concordarei com o enquadramento de delitos financeiros em tal categoria!). Então, tem mais é de ir para casa cuidar dos netinhos e tirar o melhor proveito possível da vida que lhe resta. 
Eis alguns trechos pinçados das matérias publicadas nesta 6ª feira, 26:
"Sempre riram de mim porque eu falava menas. Agora, o Moro escrever conje [em lugar de cônjuge] é uma vergonha". 
"Esses dois momentos [a morte do irmão Vavá e do netinho Arthur] foram os mais graves [do ano passado na prisão]. O Vavá é como se fosse um pai pra família toda. E a morte do meu neto foi uma coisa que efetivamente não, não, não… [ele chorou neste momento]. Eu às vezes penso que seria tão mais fácil que eu tivesse morrido. Porque eu já vivi 73 anos, eu poderia morrer e deixar meu neto viver". 
"Vamos fazer uma autocrítica geral nesse país [ele se referiu à autocrítica que a elite brasileira deveria fazer, e não àquela que o PT nos está devendo desde o impeachment da Dilma e mais devedor ainda ficou após sua atuação desastrosa na última campanha presidencial]. O que não pode é esse país estar governado por esse bando de maluco que governa o país. O país não merece isso e sobretudo o povo não merece isso".
"O Brasil tem hoje o mais baixo nível de política externa que já vi na vida". [Acrescentou, ironicamente, que o Celso Amorim tem uma dívida conosco por haver deixado Ernesto Araújo seguir carreira no Itamaraty.]
"Não fiquei chateado [por Ciro Gomes ter respondido a quem o vaiava que 'o Lula está preso, babaca!'], pois estou mesmo preso. Isso é uma verdade. Só não precisava chamar os outros de babaca"
Mas, na última resposta ficou faltando o Lula explicar por que, ao puxar o tapete de Gomes, detonou qualquer possibilidade de a esquerda unir-se em torno de uma candidatura viável na última eleição. Ou seja, a autocrítica que lhe cabe, ele continua não fazendo. 

Alguém, sinceramente, esperava dele uma postura diferente? (por Celso Lungaretti)

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi, Celso, tudo bem com você?
Espero que sim.

Aqui, é o Hebert.

Não, a julgar pelo estilo populista e demagógico,
típico dos comunicadores brasileiros, mas que ainda
encontra encontra solo fértil, por conta da porcentagem
considerável dos #lulalivre, e que acharam que o entrevistado,
já iria para casa, após a entrevista.

Mas a julgar pela também considerável quantidade de #lulapresobabaca,
creio que a tensão no país, ainda é latente, então está "tudo como antes,
no quartel de Abrantes."

A metáfora: A entrada de um "artilheiro" saído do banco
de reservas, esquenta o fla-flu.

Forte abraço, e bom final de semana.



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