terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

DEPOIS DA RÁDIO NACIONAL E DA REDE GLOBO, O HUMORÍSTICO "BALANÇA MAS NÃO CAI" RESSURGE NA TV VENEZUELANA

Era uma das maiores atrações da Rádio Nacional nos anos 50...
hélio schwartsman
DIA D FRACASSA NA VENEZUELA
Fracassou a tentativa do Ocidente de atiçar uma mudança de regime na Venezuela. 

O plano até que não era ruim. Só o que segura Nicolás Maduro no poder é o apoio dos militares. Se a oposição, liderada por Juan Guaidó, tivesse conseguido fazer com que soldados deixassem de reprimir venezuelanos em busca de alimentos e remédios nas fronteiras com a Colômbia e o Brasil, poderia ter desencadeado um movimento de deserção em massa que acabaria por derrubar o governo. Mas isso, até o momento em que escrevo, não aconteceu.

A não materialização desse cenário deixa a maioria dos atores numa situação difícil. 

Maduro sobreviveu à investida, mas está ainda mais isolado do que há um mês, quando Guaidó se declarou presidente. 
...renasceu em 68 na Globo, ainda como programa humorístico...
Os militares que apoiam o regime perderam a chance de bandear-se com a promessa de anistia e num contexto preparado para reduzir a probabilidade de uma transição violenta. Não se sabe se terão outra oportunidade dessas.

Guaidó viu seu plano fracassar. O Dia D não definiu nada, e o impasse deve agora prolongar-se. 

Os mais de 50 países ocidentais que reconheceram o jovem parlamentar como presidente legítimo veem-se agora na delicada posição de apoiar um dirigente que não tem controle do país. 

Pior, o fracasso pode levar Donald Trump e outros incautos a flertarem com uma intervenção militar, o que seria desastroso para a Venezuela e para toda a região.

Quem mais perde, como sempre, é a população venezuelana. Não há a menor perspectiva de futuro com o governo bolivariano. 
...e agora virou reality show na Venezuela.

Acho que nem o próprio Maduro acredita que ele possa presidir a um processo de recuperação econômica. Só em 2018, o PIB experimentou uma retração de 18%, e a inflação se encaminha para a impressionante marca de 10.000.000%. 

Falta tudo no país, de comida a liberdade. Ficar com Maduro é condenar-se ao inferno, mas cabe aos venezuelanos encontrarem a forma de livrar-se do ditador. (por Hélio Schwartsman)

4 comentários:

Anônimo disse...

Não é só a base militar que segura Maduro, como afirma o texto. Há base popular na Venezuela -- diferentemente do Brasil, onde um peteleco parlamentar derrubou um governo constitucionalmente eleito pelo voto popular sem qualquer resistência nas ruas. Chavez foi deposto por uma quartelada e restituído ao poder algumas horas depois pela pressão popular. A base popular venezuelana é muito forte. Já no Brasil, abundam canalhas e frouxos. Triste sina!

Anônimo disse...

Bom dia Celso, aqui é o Hebert, tudo bem?

Duas perguntinhas:

1 - Ouvi dizer, que parte dos militares que apoiam o regime,
já desertara, ou pensam seriamente na possibilidade, procede?

2 - Mal comparando, é impossível não enxergar certa semelhança,
mas seria Maduro uma espécie "Saddam Hussein" de Trump?!

Abraço.

celsolungaretti disse...

Anônimo,

Maduro pode ter uma base popular, assim como o Getúlio "pai dos pobres" tinha quando lotava estádios de futebol no 1º de maio. Mas, não é uma base REVOLUCIONÁRIA nem uma base que a esquerda deva defender.

Não passa de uma base POPULISTA, que espalha retórica demagógica mas jamais dará fim ao capitalismo.

E que nos deixa, a nós que lutamos contra o capitalismo, com uma péssima imagem, pois o inimigo martela a falácia de que a esquerda seja isso: uma abominação totalitária.

A luta contra o capitalismo é indissociável da luta pela liberdade e pelo respeito aos direitos humanos. Ditadores obtusos não são nossos companheiros de viagem.

celsolungaretti disse...

Meu caro Hebert,

no meio desse tiroteio de propaganda enganosa de ambas as partes ("em tempo de guerra, mentira como terra"), não tenho como saber se há deserções ou não.

A comparação de Maduro com Sadam Hussein é ótima em todos os aspectos. Dois ditadores horrorosos que os EUA combateram por interesse e não por quaisquer ideais. Nessa situação, ninguém vale nada e todos mereciam (EUA e Saddam)/merecem (EUA e Maduro) o pior.

Não são situações maniqueístas (bem x mal), mas sim disputas de ratos de esgoto pelo lixo.

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