dalton rosado
TRUMP E THERESA MAY SOFREM DURAS
DERROTAS; NACIONALISMO CONSERVADOR BALANÇA.
O líder do Partido Trabalhista britânico, Jeremy Corbyn, propõe um voto de desconfiança à primeira-ministra Theresa May.
A líder da Câmara dos Representantes no Congresso dos EUA, Nancy Pelosi, declara enfaticamente: "Não vamos construir o muro na fronteira com o México”.
Renan Calheiros, campeão brasileiro de sobrevivência a processos por corrupção política, está sendo cotado para assumir a presidência do Senado, como representante da nova ordem moral prometida por Jair Bolsonaro
Rodrigo Maia, outra figurinha carimbada dos mesmos processos, tende a ser reeleito para o comando da Câmara dos Deputados, dentro da mesma perspectiva redentora.
Estes e outros recortes do noticiário atestam: está mais do que na hora de o pêndulo da ineficácia entre direita e esquerda parar de se mexer para não sair do lugar, desimpedindo o caminho para a afirmação de um novo modo de produção social.
O que podemos esperar destes expoentes da nova ordem moral? |
Tal qual um futebolista que se arrasta em campo no fim da partida, o capitalismo ouve soar o grito das gerais: "Pede pra sair!".
Atesta-o o sufoco por que passam os dois ícones da direita nacionalista mundial, Theresa May e Donald Trump, que chegaram ao poder incensados pelo pensamento conservador. Ambos acabam de sofrer derrotas acachapantes.
O Partido Democrata venceu as eleições parlamentares, em oposição ao Partido Republicano de Donald Trump, e deu um sonoro não à liberação de verbas para a construção do muro na fronteira com o México.
Theresa May, ao tentar obter a aprovação do acordo para ela proposto para a saída da Inglaterra da União Européia, amargou a maior derrota (432 x 202 votos) de um primeiro-ministro britânico desde 1920.
A questão que está colocada é a seguinte: diante da crescente insatisfação popular planetária em razão da perda de direitos e de capacidade aquisitiva das populações mundo afora, acirram-se os movimentos pendulares entre governantes de esquerda e de direita, sem que se altere o que está na base do problema: a insustentabilidade do moderno sistema produtor de mercadorias.
O capitalismo do século XXI expõe, de maneira dramática, e pela primeira vez com tal intensidade, o atingimento daquele limite histórico previsto por Marx ao estudar com profundidade a dinâmica da lógica de produção do valor: o momento no qual, a partir de suas contradições internas, se tornaria inviável como forma de relação social minimamente sustentável.
Podemos incluir no rol das decepções populares com governos conservadores de países expressivos a França de Emmanuel Macron e a Argentina de Maurício Macri. Que o digam os coletes amarelos em Paris e os movimentos de rua em Buenos Aires.
O governo do Boçalnaro, o ignaro, pelo seu primarismo e confusão conceitual num país já devastado pela sua condição de periferia de um capitalismo cada vez mais circunscrito a ilhas de propriedades artificiais, caminha para uma situação ainda pior do que aquela que vimos amargando nos últimos anos.
Há uma conexão entre todos esses pendulares, qual seja a inconsistência de medidas políticas dentro da imanência capitalista que não têm o condão de superar as dificuldades, justamente porque elas advêm da lógica que embasa essas mesmas medidas e proposições.
Os conservadores se aferram às suas ideias envelhecidas por apego ao poder e aos seus encantos; o povo vota a cada eleição em candidatos de oposição na crença ingênua de que o problema se restringe à boa ou má governabilidade.
Satanizar socialistas acaba com a crise |
O problema maior da ultradireita nacionalista, xenófoba, racista, misógina, fundamentalista religiosa, e o diabo que a parta, é que, por mais que tente transferir para os ombros dos comunistas a culpa da debacle capitalista e queira prender e calar as vozes conscientes (tudo isso democraticamente e dentro da lei), ela não pode conter a força da avalanche que está prestes a romper o dique e inundar de esperança a humanidade.
O problema maior da esquerda está no fato que se acostumou às benesses das migalhas de poder político-estatal que o chamado estado democrático de direito (burguês, é claro) lhe oferece, perdendo assim a conexão com os verdadeiros anseios de liberdade emancipacionista e se prestando ao infame papel de tentar administrar o que é inadministrável (até por eles mesmo!s) passando de força anticapitalista a serviçal menor desse mesmo capitalismo.
A nós cabe o papel de denunciarmos os insolúveis problemas de base que decorrem de um modo de produção que se tornou anacrônico, e demonstrarmos que foi vã toda a nossa luta, com a sapiência da teoria marxiana da crítica do valor e com as muitas batalhas travadas na briosa perspectiva (apesar dos repetidos insucessos) de fazer subir a pedra até o topo da montanha, como no mito de Sísifo. Temos de honrar o exemplo de tantos mártires tombados ao dedicarem seus melhores esforços à emancipação humana.
É chegada a hora de demonstrarmos ao povo que ele precisa de um novo modo de produção social cujo conceito básico é produzir socialmente sem valor de troca, e apenas para satisfazer necessidades de consumo. Simplesmente. (por Dalton Rosado)
Observação: o Dalton recomenda aos leitores, no espírito do artigo acima,
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