Trump teve de servir fast-food a campeões universitários |
Assim, o muro se torna uma obsessão para o personagem, que a partir dele reflete sobre o que resta de sentido em sua vida. Diante do muro, tudo perde validade, até mesmo sua preciosa causa revolucionária, pela qual tanto lutara.
Lembrei-me disto quando o shutdown do governo dos EUA entra em sua terceira semana. Para quem não sabe o que isto é, explico sucintamente.
Como no Brasil, o orçamento público dos EUA precisa ser aprovado pelo Congresso e sancionado pelo presidente a fim de ser efetivo durante o ano fiscal. Na terra do Tio Sam, quando não ocorre a aprovação do orçamento, o governo é obrigado a conter seus gastos, pois não houve a liberação de recursos para serem usados. Neste momento, o governo literalmente fecha, ou seja, entra em shutdown.
O fechamento do governo significa o não pagamento de funcionários e de fornecedores, além do cancelamento de investimentos, compras ou qualquer outra atividade em que haja movimentação financeira. Afeta desde o cafezinho das repartições até o funcionamento da Suprema Corte. Trata-se de algo para lá de sério: é o Império paralisado!
Pois bem, algo tão grave só poderia ocorrer em caso de extrema gravidade, convulsão social ou guerra. No entanto, Donald Trump, o presidente neofascista dos EUA, resolveu impor um shutdown porque o congresso, agora dominado por democratas, não quer liberar verbas para a construção do muro na fronteira com o México.
O tal muro foi promessa de campanha do presidente bufão, o qual, na época, dizia que a conta seria enviada aos mexicanos. Cansado de esperar pelos hermanos, resolveu transferir o ônus aos próprios compatriotas e agora jura que não vai aprovar o orçamento enquanto não for dado o dinheiro para o seu muro.
Chega a ser cômico o país mais poderoso do mundo estar paralisado por conta de um motivo tão ridículo, mas parece este ser o estúpido fim do auge da civilização burguesa na história.
Para além das motivações específicas de Trump – média com seu eleitorado, fanatismo com promessa de campanha, apego em demasia ao personagem, etc. – há a situação de um país hoje tão fóbico a ponto de infligir um dano a si mesmo para conseguir isolar-se do resto do mundo.
O muro de Trump, assim, parece muito com o muro do conto de Sartre: é o horizonte último, diante do qual todo o resto perde o sentido.
A racionalidade burguesa, propugnada na filosofia pragmatista dos estadunidenses William James e Charles Peirce, cai por terra e dá lugar ao existencialismo decadentista de Trump: o muro ou nada. (por David Emanuel de Souza Coelho)
5 comentários:
Tudo bem falar do Muro que o Trump está pretendendo construir entre o EUA e o México. O que não dá é a imprensa não dar "nem pelota", para o Muro que o Putin construiu na Criméia, entre a Criméia e a Ucrânia, sendo que a Russia anexou a Criméia à Russia. E é um Muro de alta tecnologia, pois conta com sistemas de tecnologia como sensores de raio-x e de vibração.
mas o capitalismo não é uma desgraceira só? então nada melhor que um muro para o pessoal não entrar...e se livrar da exploração.
Bom é no comunismo que precisa de muro para as vitimas não escaparem...
Os países, os estados, as províncias, as cidades, os bairros, os condomínios, ...., o mundo têm muros, sejam eles físicos ou aqueles muros que delimitam o excelente ou péssimo acesso à educação, saúde, laser,....
Oxalá esses muros não irão durem muito tempo.
Mas o capitalismo dos EUA não é roubar as riquezas das outras nações? Logo justo essas nações entrarem lá e pegarem de volta o que é seu, né? É uma lógica simples que os capitalistas "especialistas em capital no curso da internet" deveriam saber, né? ;-)
Kkkkkkkkk
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