segunda-feira, 3 de setembro de 2018

BOLSONARO É CARTA FORA DO BARALHO E O LULA DIFICILMENTE CONSEGUIRÁ FABRICAR OUTRO POSTE

TSE decidiu que o eleitor não pode votar em ectoplasma 
Minhas previsões sobre o pleito do mês vindouro vão se confirmando.

Que Lula não seria candidato, tratava-se do óbvio ululante. Todos os analistas minimamente perspicazes e isentos diziam o mesmo.

Menos encontradas por aí são vozes afirmando que o Bolsonaro é carta fora do baralho e o Haddad dificilmente chegará ao 2º turno. 

A primeira conclusão é, contudo, extremamente óbvia, por dois motivos:
  • a incontinência verbal do Bolsonaro, que passou a vida berrando inconveniências e continua fazendo-o durante a campanha, nas entrevistas e nos debates eleitorais, pois é irremediavelmente destrambelhado;
  • o latifúndio de tempo de que dispõem as campanhas do Alckmin, do Haddad e do Meirelles para tirarem o máximo proveito de tais inconveniências no horário do TSE, sem que o acusado tenha a menor chance de responder à altura.
Para acertar tiro no próprio pé, ele é um Guilherme Tell...
A amostra já está dada: são muito bem concebidos e produzidos os vídeos tucanos pisando num calcanhar de Aquiles muito dolorido do Bolsonaro: sua maneira estúpida e cafajeste de tratar as mulheres. A colheita do brucutu misógino na seara feminina (52% do eleitorado) tende a minguar cada vez mais.

Nas redes sociais concede-se importância descabida às pesquisas de intenção de voto anteriores ao 31 de julho, que foi quando o jogo começou pra valer. Até o FHC parece acreditar que o pupilo do Brilhante Ustra sobreviverá ao 7 de outubro (ou tenta apenas influenciar os crédulos, para que acabe prevalecendo algum cenário por ele considerado interessante). 

Mas, como a desconstrução do principal vilão está se mostrando muito mais fácil do que antes se supunha, já dou como favas contadas que no dia 8 de outubro ele terá voltado a ser nada. 

Temo, contudo, que a extrema-direita encontre, em seguida, uma liderança realmente apta para capitalizar por aqui o momento favorável que atravessa mundialmente. Aí, sim, a coisa poderá se tornar perigosa.
Saia justa: da Escola de Frankfurt à escolinha do Lampião!
Quanto ao Haddad, evidentemente tem algumas chances de ir ao 2º turno, e não nenhuma como o Bolsonaro. Mas:
  • o Lula perdeu a mão também no que tange à fabricação de postes. Ao priorizar suas fantasias e idiossincrasias em detrimento da verdadeira candidatura presidencial petista, o dono do partido fez Haddad entrar com um considerável atraso na disputa; e
  • a transferência de votos será dificultada pelo perfil do príncipe herdeiro, muito mais atraente para a classe média sofisticada que em grande parte se desencantou com o PT do que para os nordestinos que permanecem fiéis ao pernambucano de Garanhuns (mesmo com chapéu de cangaceiro, Haddad continua parecendo um scholar politicamente correto da Vila Madalena...).
Ou seja, com o medicamento de marca indisponível no momento e o principal garoto-propaganda em férias forçadas, a substituição por um genérico esquisito ficará seriamente comprometida. Quem viver, verá...
A música mais condizente com o momento atual do Bolsonaro

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