domingo, 17 de junho de 2018

SELEÇÃO BRASILEIRA: NEM BELA DE ADMIRAR, NEM FEIA DE ESPANTAR.

Gol de Zuber, com falta sobre (e ingenuidade de) Miranda
A má notícia é que a seleção brasileira empatou (1x1) uma partida que deveria ter ganhado, ainda mais depois de ter saído à frente da Suíça com o golaço de Philippe Coutinho.

A boa notícia é que nenhuma das outras favoritas convenceu.

A Alemanha, dominada no 1º tempo, foi com tudo pra cima do México na etapa final, expondo-se a contra-ataques que só não ampliaram o placar por questão de detalhes. Os campeões do mundo nada têm a queixar-se da derrota por 1x0, pois saiu barata.

A Espanha ficou duas vezes injustamente em desvantagem: sofreu 1x0 num pênalti inexistente e 2x1 num frangaço do De Gea. Amassou Portugal até obter uma virada eletrizante, depois resolveu administrar a vitória e acabou sofrendo o empate: 3x3. Do meio de campo para a frente, o escrete espanhol lembra a velha Fúria; mas a defesa está insegura e o goleiro não só falhou bisonhamente no 2º gol como poderia ter ao menos tentado evitar o 3º.

Os franceses quase ficaram no empate com os cangurus (ganharam por 2x1), salvando-se graças a terem marcado um gol espírita em bola dividida que subiu, bateu no travessão e quicou dentro da meta australiana por diferença de centímetros.
Neymar: pouco inspirado e sofrendo muitas faltas

Ou seja, nenhum desses três selecionados é o bicho papão que se temia. Provavelmente, sem a absurda troca de técnico na enésima hora  (Fernando Hierro, o substituto de Julen Lopetegui, já na estréia substituiu mal quando tinha a partida sob controle), a Espanha seria a grande favorita. Agora, as chances dos quatro parecem-me equivalentes.

O Brasil deve melhorar, pois Neymar, Marcelo e Gabriel Jesus jogaram muito menos do que podem e a entrada de Renato Augusto, recuperado de contusão, tornará mais inteligente a armação dos ataques. Mas, nossa peça ofensiva deverá continuar capenga, pois tem muito mais qualidade pela esquerda do que pela direita. Talvez substituindo o burocrático Danilo por Fagner, muito mais vibrante, o futebol de William crescesse. 

Há grande risco de um indesejado Brasil x Alemanha já nas oitavas de final. Basta que uma das seleções termine no 2º lugar do seu grupo (após a derrota deste domingo, a Alemanha corre tal perigo) e a outra em 1º (o Brasil precisaria esforçar-se muito para conseguir não ganhar da Costa Rica e da Sérvia).

Dos demais selecionados com alguma chance (lembrando que a Inglaterra ainda não jogou), 
Será que a Rússia estava escondendo o jogo?
  • a Argentina (1x1 com a Islândia) não está morta, até porque Messi tende a disputar as próximas partidas com a faca nos dentes e é o maior craque presente neste Mundial, mas o goleiro Caballero tem de deixar de ser tão cavalheiro com os adversários (não pode bater roupa daquele jeito!);
  • a Rússia esbanja vitalidade e foi capaz de marcar dois  golaços, então os 5x0 podem não ter sido consequência exclusiva da fragilidade dos sauditas;
  • o Uruguai (1x0 sobre o Egito) tem o Cavani inspirado e o Suarez deverá crescer nos próximos jogos, então pode surpreender;
  • Portugal decerto chegará às oitavas, mas é bem provável que fique por aí, pois a Rússia e o Uruguai têm melhores conjuntos e não dariam tanta liberdade a Cristiano Ronaldo;
  • desta vez o México não estreou jogando como nunca e perdendo como sempre. Será que desmentirá outra escrita, a de não passar de fogo de palha? Seus maiores trunfos são o técnico Osório e o melhor goleiro do Mundial até agora, Guillermo Uchoa. ¡Que viva Mexico!

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