Lula quer o partido se preparando para vencer em 2018... |
Se a postura mais combativa proposta pelo Zé Dirceu em nada me surpreendeu (era a única que ele poderia adotar neste momento, para tentar recuperar a influência que exercia no partido antes de suas condenações), o discurso e entrevistas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na abertura do 6º Congresso Nacional do PT revelaram que, ao contrário do que se poderia supor, ele não dá importância às diretas-já ou a uma eventual eleição indireta (nem sequer as citou), mas sim ao pleito regularmente marcado para outubro de 2018.
Ou seja, Lula foi na contramão dos ativistas que brincam com fogo e dos repetidores de slogans nos espaços virtuais, afirmando enfaticamente que o objetivo do PT deve ser o de reconquistar o poder na data estipulada pelo calendário eleitoral:
"Não falem para vocês mesmos, falem para os milhões e milhões de brasileiros que não estão aqui e que precisam que o PT tome as decisões certas para voltar a despertar esperança. 2018 está longe para quem não tem esperança, mas, para nós, 2018 é logo aí, já começou e não estamos com medo. Vamos voltar a governar esse país a partir de 2018".
...enquanto Dilma insiste nas irrealistas diretas-já. |
E, embora a ação concertada entre as Organizações Globo e o procurador-geral da República Rodrigo Janot, com a colaboração intencional ou fortuita (no caso de ele ter entrado como inocente útil na jogada) do ministro do STF Edson Fachin, tenha sido saudada entusiasticamente por esquerdistas ingênuos que chegaram ao cúmulo de heroicizarem o sórdido alcaguete Joesley Batista, Lula não deu a mínima para o fato de que a famosa gravação adulterada ajudaria a derrubar Temer. Tratou o canalha como o canalha que, indiscutivelmente, Joesley é:
"Um canalha de um empresário diz que fez uma conta no exterior pra mim e pra Dilma, mas a conta está no nome dele e é ele que mexe na grana. Tá na hora de parar de palhaçada, que o país não aguenta mais viver nessa situação, nesse achincalhamento".
E pensar que um canalha desses virou o país de pernas pro ar! |
Já a presidente destituída Dilma Rousseff foi na direção oposta, defendendo eleições diretas para substituir Temer. Caso ocorressem, serviriam como uma espécie de desagravo moral para ela. Mas, se o PT apoiá-las e elas não rolarem, será mais uma demonstração de fraqueza do partido.
Isto, evidentemente, nem lhe passa pela cabeça. É outra movida mais por ressentimentos de ordem pessoal do que pelo raciocínio político. Foi um dos principais motivos de sua queda.
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