Graziano costuma atrair holofotes |
Xico Graziano, que assessorava Fernando Henrique Cardoso quando este era presidente da República, praticamente lançou a campanha para o 3º mandato, em artigo que escreveu para a Folha de S. Paulo, cujo título já diz tudo: Volta, FHC.
Eis o trecho culminante:
"Qual liderança poderá recolocar o Brasil nos trilhos do desenvolvimento? Como fazer a reforma política tão desejada? Quem conseguirá estabelecer conexão com a sociedade organizada nas redes? É o que todos querem saber.
Creio que somente o ex-presidente FHC se legitima, pela vasta experiência, sensatez e sabedoria, para nos conduzir nessa difícil travessia",
Graziano fez o serviço completo: apontou o idoso sociólogo como o melhor nome tanto na eleição indireta de um presidente-tampão até 2018 (caso o Tribunal Superior Eleitoral condene os dois integrantes da chapa vencedora em 2014), quanto na disputa nas urnas que haverá se Temer cumprir o mandato até o fim. Com os pés ou com as mãos, o Corinthians é campeão...
Numa resposta enviada do exterior por escrito, FHC desconversou: "Jamais cogitei dessa hipótese nem ninguém me consultou sobre o tema".
Já por telefone, foi curto e grosso: "Não. A Presidência abrevia a morte".
Brigou com as palavras, como notou o jornalista Jânio de Freitas: "O que a Presidência pode abreviar não é a morte, é a vida. À morte, poderia antecipá-la".
Teremos um recordista do Guinness Book? |
E ficou parecendo um homem público um tanto poltrão. Afinal, aos 85 anos, a vida que lhe resta é tão importante a ponto de, por receio de perdê-la, recusar-se a prestar um último serviço ao País?
Enfim, pode ser apenas uma manobra de quem não quer ver Geraldo Alckmin bombando no noticiário como está desde que elegeu o poste João Doria. Colocar outro nome na parada serviria para baixar um pouco a bola do Sr. Pinheirinho, pouco importando se os planos de FHC forem outros.
Já no caso de ser mesmo um balão de ensaio, valeria a pena FHC ponderar sobre esta avaliação da jornalista Eliana Cantanhêde:
"Quem alardeia essas ideias pirotécnicas, ou piromaníacas, de derrubar Michel Temer para pôr Fernando Henrique no lugar já pensou em quem, como, onde e por quê?
O colégio eleitoral seria o Congresso, onde, logo, logo, mais de uma centena de camaradas estarão na fila da Lava Jato. A reação automática seria que o PSDB tirou Dilma e pôs Temer para, aí, sim, dar um golpe. E a economia, a política, a imagem do País e a paciência da sociedade explodiriam de vez".
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