Mineiro de Argirita, o aposentado Marcos Nunes Filho reside atualmente em Muriaé. Poeta e autodidata, ele mantém o blogue PT - crítica e autocrítica (clique p/ abrir), no qual já publicou quase uma centena de artigos, próprios e alheios, analisando a atuação do Partido dos Trabalhadores e o impeachment de Dilma Rousseff.
Recomendou-nos o deste sábado (14), Crítica do PT por um petista, que é excessivamente longo para publicação integral, mas do qual extrai alguns trechos que vêm bem ao encontro da proposta que lancei, de discutirmos em profundidade os erros do passado e apresentarmos propostas para uma práxis mais consequente no futuro. (CL)
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Lula tentou sem sucesso provar que era possível conciliar trabalho e capital. Não existe capitalismo humano: ele sempre será predador e monopolista.
Na ideologia pseudo-distributiva do PT, os beneficiários do Bolsa Família receberam a sua pequena quota do orçamento, e foi feito um grande alarde propagandista desta boa ação. Mas o que não se propagou foram os beneficiários dos juros altos, os empréstimos do BNDES, as isenções fiscais, etc.
O grosso da grana ia para a aristocracia financeira, sobrando as migalhas para os deserdados do Bolsa Família, de modo a mantê-los no cabresto eleitoral. Este programa é uma esmola estatal que a esquerda marxista sempre denunciou como uma contrarrevolucionária política compensatória ditada pelo Banco Mundial para controlar a luta de classes e impedir explosões sociais.
O PT só beneficiou a população pobre e trabalhadora quando não precisou contrariar nenhum grande interesse. Promoveu a retirada de alguns milhões da extrema pobreza para lançá-los na pobreza, e aqueceu a economia para tirar outros milhões da pobreza para lançá-los no seio da classe média baixa. Fez um jogo capitalista, injetando dinheiro no mercado e formando uma legião de pequenos consumidores dos produtos fabricados pelos empresários.
Benesses para todos! – era o lema petista. O Bolsa Família teria sido realmente nobre se fosse acompanhado de POLITIZAÇÃO. Aliás, não é um gesto assim tão grandiosamente humanitário como se pensa, pois é uma obrigação do Estado e os reais interesses por trás eram eleitoreiros.
...a via político-eleitoral-democrática não é a melhor solução. A grande ideia é a POLITIZAÇÃO DO POVO, ao longo das décadas seguintes, efetuada POR ELE MESMO (não de cima para baixo), através de suas inúmeras organizações como entidades estudantis, grupos anarquistas, sindicatos livres, minorias, camponeses, associações, enfim, todo o conjunto que forma a sua imensa base social, desligada completamente do poder público e dos grupos econômicos de qualquer nível ou escala.
Somente quando o povo possuir uma razoável compreensão do seu poder natural e inerente, será possível dar início à VERDADEIRA REVOLUÇÃO. Se esta politização não for feita, se a massa permanecer na sua habitual ignorância, na sua eterna inércia, se nada for feito para tentar despertá-la de seu torpor, o jogo tenderá SEMPRE para o lado das elites que detêm o poder político, econômico, jurídico, eleitoral, midiático, policial e repressor. A única salvação para o povo é ELE MESMO. Esta é a visão mais avançada da esquerda. (Marcos Nunes Filho)
2 comentários:
Obrigado pela publicação. Este é o link para acessar diretamente o referido artigo:
http://pt-criticaeautocritica.blogspot.com.br/2016/05/o-impeachment-do-pt-parte-92.html
Eu é que agradeço a contribuição que trouxe à discussão de novos rumos para a esquerda.
Quanto ao link, repare que no post, clicando-se no título do artigo em vermelho, ele já abre.
Abs.
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