Bajulado repulsivamente pela esquerda chapa branca quando dá declarações favoráveis à continuidade de Dilma Rousseff na Presidência, o ex mandachuva da economia na ditadura militar e signatário impune do AI-5 nem sempre se alinha com a retórica governista.
Em entrevista publicada n'O Globo desta 5ª feira (28), Delfim Netto disse inexistir "a menor dúvida" de que houve mesmo estelionato eleitoral na eleição de 2014. Além disto, deu alguns conselhos de amigo urso à presidente, pois, argumentou, com o impeachment "fora do radar", "temos que usar (sic!) a Dilma". [Fez-me lembrar o velho slogan do chá Matte Leão, use e abuse...]
E o que ele sugere? Simplesmente que Dilma confronte o PT para continuar impondo aos brasileiros medidas recessivas e antipopulares, coerentes com a opção neoliberal que fez em 2015. Leiam e constatem:
O que ela precisa fazer?
Todo mundo sabe que o sistema de aposentadoria viola as regras da aritmética. É um problema que vai ter que ser enfrentado. Em segundo, as vinculações são absurdas, incompreensíveis. Vinculação é estar num avião, ligar o piloto automático e esperar acabar a gasolina. Também não se pode manter tudo indexado ao salário mínimo. O quarto ponto é: nenhum empresa hoje sabe qual o seu passivo trabalhista. Porque a Justiça do Trabalho parte da hipótese de que todo trabalhador é hipossuficiente e todo empresário é ladrão.
Mas o PT historicamente é contra essas medidas... O PT pode ser contra. O PT não sabe regra de três. Se for necessário, [ela deve] dizer: “Nós vamos ensinar regra de três ao PT”.
Ela teria que se colocar contra o PT?
Ela não vai se colocar contra o PT coisa nenhuma. Ela tem que se colocar a favor do Brasil. Se o PT for contra, ele que está contra o Brasil. Ou [Dilma] faz isso, ou morre.
Um comentário:
Não condeno o Delfim por ter as posições que tem. Talvez também as tivesse se fosse ele. Posso estar errado,mas existem imóveis em estoque, montadoras com os pátios cheios, metade da produção agrícola se perde por falta de comprador, o petróleo a quase 29USD, inúmeros M.E.I precisando de clientes e tanta coisa precisando ser negociada que não faz o menor sentido falar em mais arrocho.
Imagino que o prudente seja diminuir os juros, desinchar o Estado, baixar os impostos, parar de financiar projetos faraônicos, deixar o câmbio cuidar de si mesmo, parar de endividar o país e acabar com os diversos monopólios existentes.
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