domingo, 16 de novembro de 2014

JUÍZO FINAL: O QUE VEM DEPOIS?

Dois dos expoentes mais conhecidos da nova direita se indignaram com a participação de pregadores de um golpe militar nos protestos deste sábado, 15: Reinaldo Azevedo garantiu que, na capital paulista, a grande maioria dos participantes estava lá só para pedir o impeachment de Dilma, e não uma reditadurização do País; e Lobão foi embora quando notou a existência de faixas das vivandeiras de quartéis.

Sinceridade ou conveniência tática? Sei lá. Não serei eu a apresentar como verdades absolutas as minhas conjeturas -ainda mais quando estas se referem a personagens com os quais antipatizo. Vejo o ad hominem e as campanhas de satanização como duas das maiores pragas da internet, então tento ser justo com todos, até mesmo com os Azevedos e Lobões.

O certo é que o ingrediente verde-oliva só entra nas receitas golpistas no momento de levar a porcaria ao forno. Trata-se do toque final do chef. Então, quem fala nisso precocemente está sendo tão desastrado quanto quem vandaliza portas de editoras.

É gratificante perceber que as quarteladas se tornaram tão impopulares no Brasil que a própria direita tenta delas se dissociar.

Mesmo assim, não devemos baixar de todo a guarda. Salta aos olhos que a cartada do impeachment será tentada e tem chance de resultar. As hipóteses, então, serão três:
  • o governo conseguir evitar que o impedimento seja votado pelo Congresso, o que manteria  intacto o potencial nocivo desta bandeira e, pior ainda, levaria água para o moinho dos que defendem uma solução inconstitucional;
  • o impeachment tramitar, ser votado e rejeitado, o que provavelmente desarmaria a bomba-relógio, garantindo a incolumidade do Governo Dilma;
  • o impeachment ser aprovado, o que levaria ao poder Michel Temer, o qual dificilmente terá deixado sua digital impressa numa ilegalidade que justificasse também sua impugnação (é matreiro demais para isto e não responde pelos pecados alheios, como a presidenta). 
Numa análise fria, as perspectivas são estas.

E eu insisto que a pior possibilidade possível é a do golpe de estado. No século passado, nossa primeira ditadura durou 15 anos e a segunda, 21. Depois de instaladas, é muito difícil as removermos. E o preço que por elas pagamos, do ponto de vista da civilização, é altíssimo. Equivale a retrocedermos um milênio, voltando ao absolutismo medieval.

Acredito que, como consequência da Operação Lava-Jato da Polícia Federal e de seu novo desdobramento (Juízo Final), bem como do que ainda está por vir, o Governo Dilma terá pouquíssima credibilidade se simplesmente driblar o desafio. Vai se tornar um morto-vivo, a exemplo de Guido Mantega, que está ministro da Fazenda mas há bom tempo deixou de ser visto, acatado e respeitado como tal.

Para o Brasil, o melhor será se a rejeição do impeachment colocar uma pedra em cima do assunto da conivência ou não de Dilma com a corrupção na Petrobrás; ou se a aprovação do impeachment desobstruir os trilhos para sairmos do limbo atual. 

6 comentários:

Anônimo disse...

Nem a rejeição, nem a aprovação, antes muito pelo contrário. A eterna mania de tentar salvar os anéis e os dedos... A História tem provado que uma hora, chega a hora da verdade.. Como diz Guimarães Rosa pela boca de um dos seus personagens..."Todo homem tem a sua hora e a sua vez. A minha há de chegar.". Está chegando (ou não)13 a hora da verdade para o PT?

Anônimo disse...

Muitos reclamam da divisão dos brasileiros quase fifty to fifty, meio a meio, aparentemente querendo se estraçalhar mutuamente..mas como são exatas metades acabam por se anular e paralisar..daí eu penso: pode ter coisa melhor? como são todos idiotas selvagens a hegemonia de qualquer dos dois lados seria uma tragedia para quem não está com nenhum dos dois...só assim podemos viver.

henrique de oliveira disse...

Lobão abandonou o barco , não porque é contra a volta da ditadura , mas porque o movimento não deu platéia , pífios 2000 participantes , quando se esperava uma coisa de milhões.
Se tivesse tanta gente o coxinha do Lobão subiria num tijolo e vomitaria
suas merdas.

Anônimo disse...

Plinio Marcos já dizia que ideologia ou religião são gaiolas para aprisionar fanáticos e colocá-los a serviço de projetos de poder. Marxismo-leninismo e islamismo estão aí com isso. Ainda.
Com o advento da mente. A mentira. O Ideal. Com o ideal, sistemas para sua concretização. Sua concretização vai de encontra contra a condição humana. Por isso é preciso eliminar aqueles que não compartilham do ideal.O século XX mostrou isso com o nazismo, fascismo e comunismo..
E por aí vai.
Cuidado com a mente. Ela mente. Cria mundos perfeitos. Infernos piores que aqueles que queremos acabar.

Anônimo disse...

Fazendo umas correções numa filosofia, que é extraída do fato concreto. Da intocável condição humana. Pronta há milhões de anos.Da antropologia biológica.
Plinio Marcos já dizia que ideologia ou religião são gaiolas para aprisionar fanáticos e colocá-los a serviço de projetos de poder. Marxismo-leninismo e islamismo estão aí com isso. Ainda.
Com o advento da mente. A mentira. O Ideal.
Com o ideal, sistemas para sua concretização.Religiões ou ideologias que, nitidamente, vão de encontro contra a condição humana. Contra a natureza.
Por essas e outras é preciso eliminar aqueles que não compartilham do ideal, pois não assimilam as "verdades" estabelecidas pelos pretensos "salvadores" da humanidade com suas fórmulas mágicas que prometem mundos perfeitos baseados numa falsa-moral, dessa do tipo, por exemplo, de que todos somos iguais.
O século XX mostrou isso com o nazismo, fascismo e comunismo..
E por aí vai.
Enfim cuidado com a mente. Ela mente. Cria mundos perfeitos.
A teoria na prática é outra.
Uma coisa é o mundo maravilhoso criado pela nossa mente , outra é o mundo real. Há mais nele que imagina a nossa ã filosofia.

Anônimo disse...

O Brasil é o cemitério de todas as ideologias. Essa esquerda carcomida que está no poder mistura inépcia e desonestidade intelectual em doses cavalares. Estão afundando o país com tanta incompetência e corrupção.

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