Dentre os economistas que serviram a ditadura, os mais lembrados são Roberto Campos e Delfim Netto.
O primeiro tinha todos os defeitos e, ao menos, algum caráter. Quando foi abandonada a orientação por ele sempre defendida (era devoto do deus Mercado), não quis mais ser ministro.
O segundo tinha todos os defeitos, somados a um apetite insaciável pelo poder.
Expelido do Ministério da Fazenda em 1974 porque a economia brasileira entrara em parafuso, aceitou voltar por baixo, bem por baixo, em 1979. Como ministro da Agricultura, mesmo ignorando se alface brotava no chão ou dava em árvores.
Expelido do Ministério da Fazenda em 1974 porque a economia brasileira entrara em parafuso, aceitou voltar por baixo, bem por baixo, em 1979. Como ministro da Agricultura, mesmo ignorando se alface brotava no chão ou dava em árvores.
Além, é claro, de ter ajudado a escancarar as portas do inferno, ao assinar o AI-5. Hoje alega que ignorava com quantos paus o regime fazia suas canoas, mas homens dignos, nessas circunstâncias, abstêm-se, ao invés de tomarem partido no escuro e assinarem cheques em branco.
Seja quem for que detenha o poder... |
Num país sério, seu prestígio teria virado pó a partir da redemocratização.
Aqui continuou dando aulas, escrevendo em jornais e até sendo a eminência parda de presidentes ditos de esquerda (existirão pessoas tão ingênuas a ponto de acreditarem que sejam mesmo os Paloccis da vida que traçam as linhas-mestras econômicas dos governos petistas?).
Aqui continuou dando aulas, escrevendo em jornais e até sendo a eminência parda de presidentes ditos de esquerda (existirão pessoas tão ingênuas a ponto de acreditarem que sejam mesmo os Paloccis da vida que traçam as linhas-mestras econômicas dos governos petistas?).
Agora, Delfim Netto cospe no prato em que comeu, inculpando o então presidente da Petrobrás, Ernesto Geisel, pelo fracasso de sua política econômica e consequentes cinco anos de ostracismo, mas omitindo que, quando assumiu o poder, Geisel teve pena dele e atirou-lhe uma boia, nomeando-o embaixador na França.
E, como quem não quer nada, dá sua contribuiçãozinha ao lobby para a privatização a Petrobrás, malhando o ferro enquanto está quente:
...o Delfim estará ao seu dispor. |
"Em 1972, eu estava em Roma numa reunião do Fundo Monetário Internacional. E o Giscard D´Estaing que era o ministro de finanças da França, tinha ficado muito amigo do Brasil. E ele me disse: 'olha Delfim, os árabes estão preparando um cartel. Eles vão elevar o preço do petróleo a US$ 6'. Nós pagávamos US$ 1,20 o barril.
Quando voltei para o Brasil, comuniquei isso ao presidente, o presidente convocou uma reunião. Nossa proposta (...) era: 'vamos abrir a exploração de petróleo. Vamos fazer contrato de exploração de petróleo com empresas privadas', que era para acelerar o processo.
O Geisel se opôs dramaticamente. Quem quebrou o Brasil foi o Geisel. O Geisel era o presidente da Petrobras. A Petrobras passou 20 anos produzindo 120 mil barris por dia. Quando houve a crise do petróleo, as reservas eram praticamente iguais a um ano de exportação, não tinha dívida. A dívida foi feita no governo Geisel.
O Geisel, na verdade, era o portador da verdade. O Geisel sempre tinha a verdade pronta".
Alguém esperava do Delfim Netto um comportamento diferente? Eu, não.
2 comentários:
Quer dizer que agora deu pra elogiar o canalha do Demetrio Magnoli? Que podre ... Nunca mais passo por esse blog, afinal, no fundo são dois escrotos
Passe pelos blogues que quiser, Roberto.
Se ele está mil por cento certo no que escreveu sobre o Mino Carta, trazendo à tona um editorial repulsivo que o Mino escreveu e assinou, por que eu haveria de ignorar?
Ele arrancou a máscara do Mino e publiquei.
Se alguém arrancar a máscara do Magnoli, publicarei também.
Quanto mais máscaras forem arrancadas, melhor.
Há ídolos de pés de barro demais no pedaço.
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