Com a imprensa a linguagem tem de ser outra |
É o título de uma fita italiana de 1974, cuja diretora era cult na época: Lina Wertmüller.
E é também a minha opinião sobre este tópico da entrevista que o novo presidente da Central Única dos Trabalhadores, Vagner Freitas, deu ao jornal da ditabranda, sobre o julgamento do mensalão, marcado pelo Supremo Tribunal Federal para o mês que vem:
E é também a minha opinião sobre este tópico da entrevista que o novo presidente da Central Única dos Trabalhadores, Vagner Freitas, deu ao jornal da ditabranda, sobre o julgamento do mensalão, marcado pelo Supremo Tribunal Federal para o mês que vem:
"Nós vivemos um bom momento político e a estabilidade é importante para os trabalhadores. Não queremos um país desestabilizado por uma disputa político-partidária, entre o bloco A e o bloco B.
A CUT é um ator social importante e não vai ficar olhando. Não pode ser um julgamento político. Se isso ocorrer, nós questionaremos, iremos para as ruas".
Dava para esperar outro comportamento da Folha? |
Nada em ordem: por ter toda a indústria cultural contra si, quem é de esquerda nunca deve dar declarações melindrosas com base em suposições e futurologia. No caso presente, ficou fácil apresentar-se este palpite infeliz como uma forma de pressão antecipada da CUT sobre o Supremo.
Portanto, é um prato cheio para os reacionários fazerem alarmismo do tipo comunista-come-criancinha-viva.
Começando pela própria Folha de S. Paulo, que mancheteou na edição desta 2ª feira (9): CUT ameaça ir às ruas em defesa dos réus do mensalão.
Nem o que o Freitas disse caracteriza uma ameaça, nem está dito que o objetivo da ida às ruas é defender os réus do mensalão. Só que a má fé da Folha era mais do que previsível. O que ele esperava, a estrita obediência das boas práticas jornalísticas? Santa ingenuidade!
Resumo da opereta: Freitas ainda nem foi empossado e já deu um tiro no pé, municiando o inimigo.
Tomara que ele aprenda depressa a não entregar o ouro pro bandido. O custo do noviciado poderá ser alto.
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