Um dos diferenciais deste blogue é não tratar como coisa séria as besteirinhas em destaque na mídia.
Há jornais e revistas a vender, espaços a preencher na mídia eletrônica. Então, quando os acontecimentos verdadeiramente relevantes escasseiam, alguma coisa eles têm de botar, mesmo que seja um plunct-plact-zummm que não vai a lugar nenhum (*).
Caso do espantalho com que o ministro berluscoliano das Relações Exteriores, Franco Frattini, esbraveja e blefa nas suas declarações: a possibilidade de os linchadores frustrados de Battisti recorrerem ao Tribunal Internacional de Haia.
Fez-me lembrar uma frase de Tuco (Eli Wallach) num western antológico de Sergio Leone, Três homens em conflito (1966): "Se você vem disparar, dispare logo, não fique matraqueando!".
Tudo que havia a ser dito sobre mais esta buffonata italiana, Carlos Lungarzo já disse oito meses atrás: a probabilidade bem maior será de uma sentença favorável ao perseguido, expondo mais uma vez os perseguidores ao ridículo; e, mesmo na remotíssima hipótese de uma decisão adversa, isto não obrigará o Brasil a nada.
Ou seja, não passa de jogo de cena dos maus perdedores, para iludirem o público interno, fingindo que fizeram tudo que podiam para reverter a derrota acachapante que sofreram.
É repulsiva a acolhida que a imprensa brasileira dá à conversa pra boi dormir que recebe da agência Ansa.
É repulsiva a acolhida que a imprensa brasileira dá à conversa pra boi dormir que recebe da agência Ansa.
O bom Carlos Lungarzo também se deu ao trabalho de analisar mais um livreco inquisitorial (ou seja, fez trabalho de escatologista...), como se fosse necessário refutar o que sai na desmoralizadíssima CartaCapital de Mino Carta e Walter Maierovitch -- os que foram mais fundo na apologia do linchamento e, portanto, sofreram as piores derrotas pessoais quando o Brasil tomou a única decisão cabível à luz de suas leis e de sua jurisprudência.
Em seu artigo O juiz não gosta de provas, o companheiro da Anistia Internacional simplesmente pulveriza o desperdício de papel em que se constitui Il Caso Battisti – Un terrorista omicida o um perseguitato político?, do togado Giuliano Turone.
Quem ainda cai no conto da Carta, tem aí um antídoto.
Para os demais, a serventia é outra: trata-se de mais um texto irrespondível para esfregarem na cara dos neofascistas que pululam também no Brasil.
E, como dizia o Paulo Francis, as maiores prejudicadas foram as árvores derrubadas para imprimir-se tal bobagem...
* refrão da música "Carimbador Maluco", do grande Raulzito
* refrão da música "Carimbador Maluco", do grande Raulzito
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