segunda-feira, 18 de outubro de 2010

HAVERÁ UM SÉCULO 22?

Não sabemos quais serão a amplitude e as exatas consequências do aquecimento global que já produzimos.

Mas, tudo indica que elas se farão sentir intensamente nas próximas décadas, sob a  forma de tempestades, furacões, tufões, tsunamis, erupções, degelo, inundações, maremotos, terremotos,  desertificação, fome, sede, pestes, penúria.

E, desde Fukushima, sabemos que tais ocorrências poderão  servir como estopim para catástrofes nucleares.

Pior: até hoje não deixamos de agravar a situação. Então, por mais que tergiversem os defensores do primado do lucro sobre o meio ambiente, é impossível afirmarmos neste instante que a espécie humana continuará existindo por muito tempo. Que haverá um século 22.

E não são só as alterações climáticas que se constituem em gravíssima ameaça para os que virão depois de nós

Assim ficaram as crianças de Chernobyl
O diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Achim Steiner, alerta:
"Estamos destruindo as fundações que sustentam a vida neste planeta. (...) Toda a vida na Terra existe graças aos benefícios da biodiversidade, na forma de terra fértil e água e ar limpos. Mas estamos agora próximos de perder o controle, se não fizemos grandes esforços para conservar a biodiversidade”.
Em mais um encontro mundial que não gerará respostas à altura do desafio enfrentado, o ministro do Meio Ambiente do Japão, Ryo Matsumoto, reforçou a advertência: a perda da biodiversidade poderá chegar a um ponto irreversível se não for freada em tempo.

Temo que a humanidade só se mobilize para tentar garantir sua sobrevivência quando o risco se tornar gritante. E aí poderá ser tarde demais.

Mas, pelo menos para os revolucionários, a ficha já deveria ter caído há muito tempo: a lógica e a dinâmica capitalistas são excludentes em relação às medidas que poderão salvar a humanidade e diminuir as perdas que inevitavelmente vão ocorrer durante a maior crise por ela já enfrentada.

A superação do capitalismo por outra forma de organização econômica, política e social, baseada na solidariedade e na cooperação dos homens para o bem comum, assume caráter urgente e dramático neste início do século 21.

Sem isto, mesmo que sobre alguém para contar a história, o frenesi da sobrevivência colocará uns contra outros, entregues à cegueira egoista do salve-se quem puder, e muitos serão sacrificados sem necessidade por conta dos que estarão se preservando em demasia.

Hoje o 1º mundo já consente, indiferente, que a fome e a miséria ceifem enormes contingentes humanos dos países periféricos. Como reagirá em circunstâncias mais críticas?

Alguém acredita que, sob o capitalismo, os países mais prósperos socorrerão as nações devastadas do 3º mundo?

Ou conservarão para si tudo que lhes aumentar a chance de salvação?

Neles os imigrantes já não são perseguidos e discriminados em razão dos empregos que  roubam  dos trabalhadores nativos?

O que virá depois? O extermínio dos inferiores e dos fracos, por parte dos superiores e dos fortes?

Enfim, por mais difícil que seja, cabe aos melhores seres humanos a tarefa de tentarmos unir a humanidade para o enfrentamento racional e solidário das graves crises que se avizinham.

A contagem regressiva está em curso.

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