LIÇÃO PARA A 'VEJA': SEM CIVILIDADE NÃO HÁ DEMOCRACIA

Ainda sobre o texto infame que a Veja produziu para influenciar uma decisão da Justiça Trabalhista, também rebatido por mim, recomendo com entusiasmo o artigo Civilidade e Democracia, da nossa boa Adriana Tanese Nogueira -- ela também uma brasileira que teve de deixar seu país por causa da perseguição da ditadura militar (no caso, a seu pai, que pertenceu à VPR).

Ou seja, tem todos os motivos para sentir-se pessoalmente ofendida pelo tratamento que a Veja reserva aos que combateram o arbítrio, por ela mais duramente atacados do que os próprios responsáveis pelo arbítrio.

E responde com a indignação dos justos e a serenidade dos que conseguem pairar acima das canalhices midiáticas, delas extraindo motivo para uma lição de cidadania.

Como aperitivo, eis o trecho que justifica o título:

"O texto parece ter saído de uma conversa de botequim entre dois sujeitos da extrema direita, amargurados e enraivecidos pela vida infeliz que levam, tomando cerveja num final de dia e cuspindo excrementos sobre seus inimigos. Independentemente do assunto, um artigo não se escreve assim, ainda por cima, um artigo numa revista que tem o poder social e de mídia como a Veja. É algo do qual a sociedade deveria ter vergonha: o artigo é incivil, crassamente preconceituoso, arbitrário e vulgar. Sem civilidade não há democracia".