No último dia 31 de março completaram-se quarenta e seis anos do início de um dos períodos mais sombrios da história do nosso país. Um período em que dirigentes sindicais, lideranças de movimentos sociais, estudantes, intelectuais e políticos progressistas foram presos,expulsos do país, torturados e mortos, sendo que muitos estão desaparecidos. Um período em que as organizações populares eram impedidas de funcionar e que qualquer manifestação pública era reprimida com violência. Um período em que os meios de comunicação, a literatura, a música e todo tipo de expressão artística e política foram controlados e censurados.
Era uma época em que os apoiadores do regime tiveram favorecimentos e privilégios políticos e econômicos. Obscuros empresários tornaram-se magnatas, políticos com sofrível expressão regional viraram figuras importantes da República, jornalistas e acadêmicos colaboracionistas foram alçados à condição de grandes “pensadores da nação”.
Encastelados em entidades patronais, nos meios de comunicação que a ditadura lhes legou, nos espaços conquistados, graças ao seu servilismo, no Poder Judiciário, no Legislativo e na burocracia dos executivos, estes colaboracionistas, agora travestidos de democratas, se mantêm no poder até os dias de hoje.
São os mesmos que consideram o período uma “ditabranda”. São aqueles que acusam os trabalhadores rurais sem-terra de formação de quadrilha, que chamam manifestação pública de baderna.
A eleição de Lula em 2003 significou uma derrota que as elites brasileiras jamais imaginaram e abriu uma cunha no poder que foi ocupada pelos trabalhadores na administração pública, no crescimento partidário e na nova relação que se estabeleceu com as organizações populares. O povo passou a gerir parte do poder, e este se democratizou.
Expulsos do principal nicho de poder, em que operavam desde a Colônia, as elites se refugiaram onde conseguem ocupar, enganando parte da população: o Poder Legislativo e o Poder Judiciário. Ou ainda, onde dominam pelo poderio econômico, somado a alianças espúrias e históricas com os setores políticos mais reacionários: a mídia.
É a partir dessas trincheiras, somadas a algumas entidades de profissionais liberais e a uma boa parte da Academia, que as elites oligárquicas ou os alpinistas sociais disparam suas metralhadoras contra tudo que tenha origem popular ou que vá no sentido de democratizar e tornar menos injustas as relações sociais do pais.
Travam uma verdadeira guerra, que têm como norte a perpetuação de uma sociedade desigual em todos os seus aspectos e voltada para o atendimento dos interesses de uma parcela mínima em detrimento da maioria da população.
A condenação pelo Poder Judiciário, de lideranças de trabalhadores do campo e da cidade, pelo simples fato de dirigirem uma greve ou uma manifestação, são iniciativas que fazem parte de um conjunto mais amplo que têm por objetivo o impedimento da livre manifestação da população mais pobre.
A violenta repressão exercida por alguns governos estaduais (notadamente os dirigidos pelo PSDB ou DEM) contra os movimentos sociais também faz parte desta lógica.
O desprezo, a censura e a criminalização de todas as ações de organizações da população organizada por parte da mídia faz parte deste mesmo conluio das elites.
A elaboração de teses acadêmicas ou argumentações públicas que se opõem às políticas afirmativas, às políticas de distribuição de renda, de democratização do ensino e da cultura estão em sintonia com as certezas elaboradas por aqueles que julgam justo o abismo social existente na nossa sociedade.
Os movimentos sociais organizados precisam se manter atentos, pois o “ovo da serpente” está intacto e as mesmas elaborações teóricas, sentimentos de superioridade e defesa de privilégios que animaram os golpistas de 1º de abril de 1964, ainda estão presentes nos corações e mentes das elites.
Antes, o argumento era a necessidade de “deter a escalada comunista”, hoje é para se evitar a “baderna”, o “radicalismo”, o “racialismo” e a “divisão do país”.
As teses são as mesmas, as práticas são as mesmas. As elites e seus apaniguados são os mesmos. O que mudou, e eles não perceberam, é o povo brasileiro que não vai recuar na luta por uma sociedade mais justa, sem discriminações de qualquer tipo e para que a cidadania se dê no campo político, econômico, social e cultural. Uma sociedade verdadeiramente democrática, portanto socialista.
É DILMA OU A BARBÁRIE
O socialismo real pode não ter sido tudo que Dilma e outros tantos lutadores e sonhadores esperavam, mas é fato que o capitalismo, em especial a sua versão mais radical, o neoliberalismo, tem representado a barbárie social.
No Brasil, vivemos oito anos de regime neoliberal, com privatizações generalizadas, desemprego, abandono dos mais pobres e criminalização dos movimentos sociais. Foram oito anos de desmonte do Estado que teve como consequência o caos na saúde, a baixa qualidade da educação, o sucateamento e falência de grande parte do parque industrial brasileiro e o aumento absurdo da criminalidade.
Os sete anos de governo Lula inverteram totalmente este quadro, incluiu mais de quarenta milhões de pessoas que viviam na miséria, promoveu a ascensão social de dois terços da população, investiu no mercado interno, diversificou o mercado externo, projetou o País em nível internacional.
Em 2010, o nosso país encontra-se diante de uma escolha: Ou retorna ao modelo que administrava para apenas 1/3 da população, que causou o maior desemprego da nossa história ou dá continuidade a um governo aprovado por mais de 80% da população, que virou referência mundial.
A militância petista tem, neste ano, uma responsabilidade que ultrapassa o período eleitoral e mesmo o próximo mandato. Uma responsabilidade com as novas gerações, a responsabilidade de continuar construindo um país justo, solidário, com inclusão social em que a barbárie seja coisa do passado.
Era uma época em que os apoiadores do regime tiveram favorecimentos e privilégios políticos e econômicos. Obscuros empresários tornaram-se magnatas, políticos com sofrível expressão regional viraram figuras importantes da República, jornalistas e acadêmicos colaboracionistas foram alçados à condição de grandes “pensadores da nação”.
O inimigo para eles é o povo organizado
A ditadura se foi, enterrada pelo povo nas ruas, os militares golpistas recolheram-se aos quartéis ou foram vestir seus pijamas e as forças armadas voltaram a cumprir o papel constitucional, mas os articuladores e reais mentores da ditadura, que desgraçou o país por vinte e um anos, continuam por aí.Encastelados em entidades patronais, nos meios de comunicação que a ditadura lhes legou, nos espaços conquistados, graças ao seu servilismo, no Poder Judiciário, no Legislativo e na burocracia dos executivos, estes colaboracionistas, agora travestidos de democratas, se mantêm no poder até os dias de hoje.
São os mesmos que consideram o período uma “ditabranda”. São aqueles que acusam os trabalhadores rurais sem-terra de formação de quadrilha, que chamam manifestação pública de baderna.
A eleição de Lula em 2003 significou uma derrota que as elites brasileiras jamais imaginaram e abriu uma cunha no poder que foi ocupada pelos trabalhadores na administração pública, no crescimento partidário e na nova relação que se estabeleceu com as organizações populares. O povo passou a gerir parte do poder, e este se democratizou.
Expulsos do principal nicho de poder, em que operavam desde a Colônia, as elites se refugiaram onde conseguem ocupar, enganando parte da população: o Poder Legislativo e o Poder Judiciário. Ou ainda, onde dominam pelo poderio econômico, somado a alianças espúrias e históricas com os setores políticos mais reacionários: a mídia.
É a partir dessas trincheiras, somadas a algumas entidades de profissionais liberais e a uma boa parte da Academia, que as elites oligárquicas ou os alpinistas sociais disparam suas metralhadoras contra tudo que tenha origem popular ou que vá no sentido de democratizar e tornar menos injustas as relações sociais do pais.
Travam uma verdadeira guerra, que têm como norte a perpetuação de uma sociedade desigual em todos os seus aspectos e voltada para o atendimento dos interesses de uma parcela mínima em detrimento da maioria da população.
No coração das elites ainda pulsa a mesma
animosidade contra os movimentos sociais
animosidade contra os movimentos sociais
A condenação pelo Poder Judiciário, de lideranças de trabalhadores do campo e da cidade, pelo simples fato de dirigirem uma greve ou uma manifestação, são iniciativas que fazem parte de um conjunto mais amplo que têm por objetivo o impedimento da livre manifestação da população mais pobre.
A violenta repressão exercida por alguns governos estaduais (notadamente os dirigidos pelo PSDB ou DEM) contra os movimentos sociais também faz parte desta lógica.
O desprezo, a censura e a criminalização de todas as ações de organizações da população organizada por parte da mídia faz parte deste mesmo conluio das elites.
A elaboração de teses acadêmicas ou argumentações públicas que se opõem às políticas afirmativas, às políticas de distribuição de renda, de democratização do ensino e da cultura estão em sintonia com as certezas elaboradas por aqueles que julgam justo o abismo social existente na nossa sociedade.
Os movimentos sociais organizados precisam se manter atentos, pois o “ovo da serpente” está intacto e as mesmas elaborações teóricas, sentimentos de superioridade e defesa de privilégios que animaram os golpistas de 1º de abril de 1964, ainda estão presentes nos corações e mentes das elites.
Antes, o argumento era a necessidade de “deter a escalada comunista”, hoje é para se evitar a “baderna”, o “radicalismo”, o “racialismo” e a “divisão do país”.
As teses são as mesmas, as práticas são as mesmas. As elites e seus apaniguados são os mesmos. O que mudou, e eles não perceberam, é o povo brasileiro que não vai recuar na luta por uma sociedade mais justa, sem discriminações de qualquer tipo e para que a cidadania se dê no campo político, econômico, social e cultural. Uma sociedade verdadeiramente democrática, portanto socialista.
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É DILMA OU A BARBÁRIE
No Brasil, vivemos oito anos de regime neoliberal, com privatizações generalizadas, desemprego, abandono dos mais pobres e criminalização dos movimentos sociais. Foram oito anos de desmonte do Estado que teve como consequência o caos na saúde, a baixa qualidade da educação, o sucateamento e falência de grande parte do parque industrial brasileiro e o aumento absurdo da criminalidade.
Os sete anos de governo Lula inverteram totalmente este quadro, incluiu mais de quarenta milhões de pessoas que viviam na miséria, promoveu a ascensão social de dois terços da população, investiu no mercado interno, diversificou o mercado externo, projetou o País em nível internacional.
Em 2010, o nosso país encontra-se diante de uma escolha: Ou retorna ao modelo que administrava para apenas 1/3 da população, que causou o maior desemprego da nossa história ou dá continuidade a um governo aprovado por mais de 80% da população, que virou referência mundial.
A militância petista tem, neste ano, uma responsabilidade que ultrapassa o período eleitoral e mesmo o próximo mandato. Uma responsabilidade com as novas gerações, a responsabilidade de continuar construindo um país justo, solidário, com inclusão social em que a barbárie seja coisa do passado.
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