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Quando o Fla parecia reagir, o Bayern marcava outro gol |
E noto, mais uma vez, como o jornalismo de hoje está impregnado de clubismo, com vários comentaristas esportivos passando pano num fracasso que não precisaria ser tão acachapante.
Afirmarem que o revés era inevitável dada a diferença de qualidade entre o futebol sul-americano e o europeu é só uma saída pela tangente. Discordo.
Um Corinthians nitidamente inferior ao Chelsea em 2012 saiu vencedor porque o técnico Tite soube montar seu esquema de jogo em função do adversário que enfrentava e os atletas não perderam a cabeça, salvo o zagueiro Chicão que, mal a partida se iniciava, rebateu mal uma bola na própria área e a deixou na medida para o adversário abrir o placar. A defesa milagrosa de Cássio salvou o timão que, dali em diante, não se apavorou mais.
O Flamengo passou a partida inteira teimando em sair com a bola de trás, pé para pé, o que propiciou os desarmes responsáveis pelo segundo e quarto tentos alemães, ambos com finalizações cirúrgicas do Kane.
A jogada do gol contra começou quando o goleiro Rossi tentou municiar o ataque com um chutão rente ao solo que, interceptado, resultou no escanteio fatal. Ele sempre faz isto, não lhe ocorrendo que deveria mandar a bola pelo alto, exatamente para não suceder o que aconteceu ontem.
Ou seja, nos quatro gols sofridos a marcação agressiva por pressão do Bayern induziu os flamenguistas ao erro, com a redonda saindo da posse dos rubro-negros para a dos germânicos e, em seguida, sendo mandada às redes.
O técnico Felipe Luís pagou pelo noviciado como treinador, mesmo tendo muitos anos de janela como jogador. Tais falhas jamais poderiam repetir-se após a surpresa inicial: nove minutos, 2x0 para o Bayern. A coisa deveria ter parado por aí, mas ele, tão prendado, jamais gritaria o velho chavão "bola pro mato, que o jogo é de campeonato".
Decepcionante também foi sua justificativa ("Eles ganharam porque foram melhores. Simples assim"). Quem não aprende com seus erros está fadado a repeti-los.
Também faltou um capitão como Zito nos Mundiais Fifa de 1958 e 1962 e Dunga no do tetra. Eles eram capazes de perceber os problemas e dar uma dura nos companheiros antes mesmo de a ficha cair para o treinador. O Flamengo carece demais de um jogador com tal perfil.
De resto, parece que não será ainda desta vez que os brasileiros darão fim ao total domínio europeu nos Mundiais da Fifa desde 2012. (por Celso Lungaretti)
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