quarta-feira, 7 de maio de 2025

A HUMANIDADE VAI EXPIRAR COM ESTRONDO OU COM UM SUSPIRO?

Q
uem acompanha minhas divagações leigas sobre  os riscos de extermínio da espécie humana a partir da escalada do aquecimento global sabe que, há muito tempo, indago-me sobre qual o momento em que as maiores catástrofes se tornarão irreversíveis e nem mesmo a adoção das medidas mais drásticas conseguirão evitar que elas continuem ocorrendo. 

Ou seja, sobre quando atingiremos o ponto de não-retorno.

Os scholars provavelmente desprezam tais elucubrações porque, afinal, sou um sem-PhD, portanto, aos olhos deles, um ninguém. Nem sequer levam em consideração o fato de que meus cenários futuros na política têm um índice de acertos muito acima do que se poderia qualificar de mera coincidência.  

Mas, como não posso nascer de novo e aí sim acumular as certificações acadêmicas que me garantissem um mínimo de respeito para as minhas preocupações com o futuro de meus entes queridos (e, portanto, com o futuro da humanidade), continuarei invadindo a praia que fazem tamanha questão de manterem como propriedade exclusiva deles.

Um exemplo de que não sou nenhum alucinando falando crassas asneiras, como os bolsonaristas fazem o tempo todo, está no último artigo do Carlos Nobre, um dos maiores climatologistas brasileiros, intitulado 
O aquecimento global acima de 1,5°C é irreversível? 

Alguns trechos bastarão para os leitores perceberem que estou totalmente certo ao alertar que, como há muito as previsões científicas sobre o aumento do aquecimento do planeta são ano a ano ultrapassadas pelos acontecimentos, temos mesmo de nos inquietar sobre quanto tempo nos resta para determos a marcha para o fim.

O apocalypse now pode estar muito mais próximo do que imaginamos. E não o do filme do Coppola, mas sim o real. (Celso Lungaretti)
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"...a influência humana no aquecimento global é inequívoca. O aquecimento do planeta não é questionável, é um consenso.
O Acordo de Paris de 2015 estabeleceu metas para não deixar de modo algum o aumento da temperatura global ultrapassar 2°C até 2100 e, para tanto, seria essencial reduzir as emissões dos gases de efeito estufa em 70% até 2050 e zerar as emissões líquidas até 2100.

A COP21 também estabeleceu o limite de 1,5°C como meta a fim de minimizar maiores riscos e impactos do aquecimento global.

Em 2021, a COP26, em Glasgow, na Escócia, lançou metas muito mais ambiciosas. A ciência indicava que para não ultrapassarmos 1,5°C teríamos de reduzir as emissões em 43% em relação àquelas de 2019 e zerar as emissões líquidas até 2050. Entretanto, parece que algo bem diferente vem acontecendo.

O ano de 2024 foi o primeiro a violar o Acordo de Paris e as metas da COP26 ao superar o limite de 1,5°C, um limiar significativo em termos de impactos sociais, ambientais e econômicos. 

Além dos recordes nas temperaturas nos continentes, tanto a temperatura global da superfície do mar (SST) quanto o conteúdo de calor oceânico (OHC) até 2.000 metros atingiram máximas sem precedentes no registro histórico. Os valores recordes de SST e OHC em 2024 indicam tendências inabaláveis de aquecimento global...

...2 meses consecutivos acima de um limite climático indicam que o aquecimento global nesse patamar vai continuar em longo prazo. Não se pode afirmar que ficaremos acima de 1,5°C permanentemente, mas os pesquisadores mostraram uma tendência clara...

...uma vez ultrapassado determinado patamar de aquecimento, não há retorno a níveis inferiores no intervalo de 20 anos. As simulações mostram que isso também vale para o limite de 1,5°C...

...mesmo que a redução das emissões comece agora, é provável que a Terra continue superando o limite de 1,5°C. Sem uma mitigação climática muito rigorosa, o primeiro ano acima de 1,5°C ocorre dentro do período crítico de 20 anos, com consequências irreversíveis para o sistema terrestre em áreas-chave como biodiversidade, nível do mar e estoques de carbono..." (Carlos Nobre)

Um comentário:

Anônimo disse...

Em 2018
Sistema Terra: uma forma integrada de estudar as mudanças ambientais e suas consequências
https://www.iea.usp.br/noticias/sistema-terra

Estudo sugere que dois terços do aquecimento global são causados ​​pelos 10% mais ricos
https://www.theguardian.com/environment/2025/may/07/two-thirds-of-global-heating-caused-by-richest-study-suggests
e...
https://www.nature.com/articles/s41558-025-02325-x

https://www.theguardian.com/environment/2025/apr/03/climate-crisis-on-track-to-destroy-capitalism-warns-allianz-insurer

https://www.ihu.unisinos.br/646193-crise-climatica-nao-se-resolve-com-mais-capitalismo-entrevista-com-kohei-saito?utm_campaign=newsletter_ihu__21-11-2024&utm_medium=email&utm_source=RD+Station

https://www.theguardian.com/wellness/2025/jan/30/how-reduce-environmental-footprint

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