John Ford tem uma baita lista de westerns no seu currículo e alguns foram muito marcantes, como No tempo das diligências (1939), Paixão dos fortes (1946), Rastros de ódio (1956) e O homem que matou o facínora (1962).
Bem maior, contudo, é a relação dos seus bangue-bangues convencionais, feitos para serem exibidos nas matinês de domingo e depois esquecidos.
Afora terem abordagens ingênuas, na linha da imagem que a classe média dos EUA cultivava de si própria, bem como cativas dos valores que o cinema de Hollywood era obrigado a martelar na cabeça de seus públicos (caso da prevalência da lei e da ordem em territórios que, na verdade, estavam mais para grotões selvagens, onde a verdadeira lei era a do mais forte).
Então, embora com um número bem menor de títulos do gênero, em termos qualitativos Sam Peckinpah foi o cineasta mais foi fiel ao velho Oeste como ele era e não na visão bonitinha mas ordinária que os estadunidenses adoram projetar.
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[Isto sem falar noutros tantos clássicos ambientados na atualidade (Sob o domínio do medo/1971, Cruz de Ferro/1977, etc.)]
Cheio de remorsos por estar desempenhando um papel que lhe repugna, ele parece mais velho e acabado a cada aparição na tela. É um faroeste outonal sobre a má consciência e tem uma trilha musical magistral de Bob Dylan (que também atua como ator secundário) realçando a melancolia da longa perseguição por um enorme território, o que torna muito difícil seus caminhos se cruzarem.
Lamentavelmente, tanto no lançamento cinematográfico no Brasil quanto na primeira versão em VHS havia um corte de quase 20 minutos, mutilando a poesia do filme. Fazia enorme diferença. (por Celso Lungaretti)
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Um comentário:
Oi Celso, aquie é Hebert, tudo bem por aí?
Melhor de saúde, espero.
Bom saber que as suas dicas de filmes voltou.
Meu ódio será sua herança (1969), não apenas é o melhor do gênero,
como é um acervo na lista (assim como A morte não manda recado),
Sempre ficam alguns títulos desconhecidos, como Já Pat Garrett e Billy the Kid (1973)
e Tragam-me a cabeça de Alfredo Garcia (1974).
Forte abraço.
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