Esta frase do Lula comprovou o que os esquerdistas conscientes já estavam carecas de saber: ele ingenuamente acredita nas lorotas institucionais e ficou perplexo ao tomar conhecimento de algo que já pode ter acontecido muitas outras vezes.
São no mínimo suspeitas, p. ex., as circunstâncias da morte de Costa e Silva, o segundo ditador do ciclo militar, logo depois de ele ter convocado juristas para elaborar uma reforma política visando à extinção do AI-5 e restabelecimento pleno da Constituição de 1967.
O derrame cerebral que incapacitou Costa e Silva uma semana antes de ele assinar emenda constitucional naquele sentido pode haver resultado de fortíssimas pressões da linha dura militar no sentido de que ele recuasse do propósito de iniciar a redemocratização do Brasil.
Circulou nos bastidores que o teriam ameaçado de tornar público o desvio de verbas da Legião da Boa Vontade por parte da primeira dama Yolanda Costa e Silva, que a presidia.
Isto para não falar da estilista Zuzu Angel, do jornalista Vladimir Herzog, do seringueiro Chico Mendes, da vereadora Marielle Franco e de um sem-número de sindicalistas e líderes populares executados, principalmente na área rural.
Enfim, nosso arremedo de democracia burguesa será respeitado enquanto isto for conveniente para o poder dominante (o econômico) e apenas naquilo que convier a tal poder dominante. Lula não aprendeu isto até hoje?!
Nos estertores do capitalismo, como nas selvas, o que prevalecerá mesmo é a lei do mais forte, tanto que os EUA e a Rússia estarão agora governados por criminosos impunes, Trump e Putin, enquanto Israel vai continuar massacrando crianças e idosos em suas guerras de conquista e metade da população mundial beirará a linha da pobreza.
Quanto ao Lula, antes de celebrar os valores republicanos deveria ao menos encontrar alguma forma de governar sem ceder às chantagens descaradas do Centrão e sem deixar boa parte dos brasileiros entregue ao terror das gangs da droga.
Quem vive não só explorado, como também extorquido, se encontra muito longe de estar desfrutando as garantias democráticas. (por Celso Lungaretti)
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