quarta-feira, 24 de abril de 2024

SE CÁSSIO SOFRER A MESMA INGRATIDÃO QUE GYLMAR E RIVELLINO, CORINTHIANS PASSARÁ RECIBO DE QUE NÃO MERECE TER ÍDOLOS!

São Gilmar, o das defesas elegantes
Com portentosa atuação de Gylmar dos Santos Neves, o Corinthians, numa fase em que era saco de pancadas do Santos de Pelé, conseguiu um heroico empate por 1x1 em plena Vila Belmiro, no último domingo de julho de 1960. Euforia.

Logo no meio da semana, contudo, perdeu por 3x2 do nanico Jabaquara no Parque São Jorge e a infiel torcida decidiu que o extraordinário goleiro, único jogador corinthiano titular do escrete campeão do mundo em 1958, falhara de propósito  para ser vendido ao Santos.

De onde surgiu uma suspeita tão destoante do caráter do acusado? É que um atleta adversário, exímio cobrador de faltas, fizera 1x0 com um chute colocado; Gylmar, atrapalhado pela barreira, pulou atrasado. Aí, no final da partida, nova falta perigosa surgiu e ele dispensou a barreira, sendo novamente vencido, dessa vez por um petardo. 

Final: 3x2 para o Jabuca e Gylmar, que ainda não havia decidido se aceitaria a proposta do maior time brasileiro de então, começou imediatamente a fazer as malas. Seria bicampeão mundial tanto pelo Brasil em 1962 quanto pelo time praiano em 1962/63 (Torneio Intercontinental uma ova!). 

Roberto Rivellino, o garoto do Parque, teve de ir embora do Parque por causa da hostilização dos infiéis torcedores: depois de ele carregar o fraco time alvinegro nas costas ao longo do campeonato paulista de 1974 inteiro, não conseguir evitar o empate (1x1) e a derrota (0x1) nas duas partidas da final contra o Palmeiras. O único titular corinthiano da seleção brasileira que conquistou  o tri em 1970 também recebeu um pé na bunda como prêmio.
Rivellino se tornou titular do Corinthians aos 19 anos

Agora chegou a vez do segundo jogador que mais vezes (712) vestiu a camisa do Corinthians em todos os tempos e principal responsável pelas duas maiores conquistas do
timão ao longo de sua história centenária, a Libertadores e o Mundial de Clubes de 2012.

Embora esteja alternando boas e más exibições, Cássio Ramos nem de longe merece ser feito de bode expiatório pelos erros crassos da última e da atual diretorias corinthianas, muito menos pagar pelo papelão que alguns jornalistas caçadores de bruxas fizeram ao ressuscitar um episódio de 35 anos atrás para impedir o sexagenário técnico Cuca de continuar treinando o Corinthians. 

Como Cássio comandara o elenco numa manifestação de solidariedade ao Cuca após uma vitória difícil, virou alvo desses macartistas de esquerda, que mais inconformados ainda ficaram quando o episódio recentemente teve uma reviravolta, terminando com a admissão por parte da corte estrangeira de que:
— a sentença contra o Cuca, decidida sem que lhe fosse garantido o direito de defesa, só poderia ser, como foi, definitivamente anulada; e
— novo julgamento é impossível, pois o episódio  já está prescrito faz uma eternidade.
Cássio salvando gol do Chelsea em 2012

A campanha de desqualificação do Cássio, insuflada por pessoas que atuam mais como identitárias fanáticas do que como jornalistas, bem como por torcedores tão descerebrados quanto aqueles que detonam as últimas tentativas de reação do time lançando sinalizadores que levam à interrupção da partida por vários minutos, finalmente tirou Cássio do sério. 

Após a derrota deste meio de semana, na qual o time inteiro atuou pessimamente e o técnico mostrou estar perdido no espaço, Cássio deu sofrida entrevista queixando-se da perseguição encarniçada que sofre e propondo-se a sair se for ele que estiver atrapalhando o Corinthians.

Haverá uma reunião com o ridículo presidente atual para tratar do caso. Se Cássio sofrer o mesmo destino de Gylmar e Rivellino, o Corinthians vai passar recibo de que não merece ter ídolos exemplares como ele, mas sim boleiros com a estatura moral do Luan e do Matias Rojas. (por Celso Lungaretti)
Atualização: a reunião com o Cássio já aconteceu e o parasita encartolado da vez lhe prometeu total apoio "como jogador e como ser humano" para superar este período difícil. Como as garantias do dito sujo valem tanto quanto notas de 3 reais, o ídolo do timão que se cuide: se a infiel torcida pedir a cabeça do passador de promessas sem fundo, não tenho a mais remota dúvida de que ele entregará a do Cássio numa bandeja para salvar a própria. (CL)   

2 comentários:

Neves disse...

El gran momento político de Sócrates, uno de los futbolistas más singulares de Brasil (El Pais)
https://www.4shared.com/s/fHEBTzdANku

celsolungaretti disse...

Um comentarista anônimo tentou publicar aqui uma extensa diatribe contra Cuba e eu a vetei, não por discordar das opiniões que emitia, mas por ela não ter absolutamente nada a ver com o assunto do post.

Procedi da mesma maneira com relação ao copia-e-cola do mesmíssimo comentário no post sobre o Ayrton Senna. Não é assunto esportivo.

Mas, levando em consideração o tempo que ele deve ter levado para escrever tamanha catilinária, autorizei-a no post sobre o Brasil estar virando um Evangelistão, que, pelo menos, é um tema político, embora também não contenha nada relacionado a Cuba.

Peço, contudo, que doravante direcione seus comentários para os posts com os quais eles tenham alguma afinidade. Não estamos aqui para exercer o papel de censores, mesmo porque temos por tal prática muita repulsa. (CL)

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