Milhares de estudantes universitários estão tomando seus campi em massivos protestos contra a parceria dessas instituições com o Estado de Israel. Na última quinta-feira, 18/04, mais de cem estudantes que acampavam no campus da Universidade de Columbia, em Nova York, foram presos pela polícia local após a reitora, Nemat Shafik, ter jurado perante o Congresso dos EUA que iria iniciar duro processo de repressão aos movimentos estudantis pró-Palestina.
Sob a falácia de que tais protestos estariam disseminando o antissemitismo - a velha falsa cartada -, a feitora da referida universidade autorizou a entrada da polícia no espaço universitário para colocar fim ao acampamento. Além disso, impôs suspensões a dezenas de estudantes envolvidos nas manifestações. Contudo, o tiro, mais uma vez, parece ter saído pela culatra, pois dezenas de outras universidades ao redor do país também começaram a registrar atos massivos de protesto contra o massacre perpetrado por Israel ao povo palestino.
Longe de serem espaços livres do saber e da crítica, as universidades estadunidenses, controladas por poderosas fundações privadas e sustentadas por inúmeros conglomerados empresariais, são parte da estrutura capitalista, fornecendo tecnologia de ponta, construções ideológicas e quadros para a continuidade da reprodução do capital. Nesse sentido, são essenciais para o pleno funcionamento da maquinaria militar dos EUA e de seu Estado-fantoche Israel.
Polícia prende estudante na Universidade de
Columbia, em Nova York
Ao se levantarem exigindo que as universidades encerrem seus vínculos com o terrorismo sionista, os estudantes não apenas se colocam contra o massacre israelense, mas também colocam em xeque a própria lógica de inserção dessas universidades na dinâmica do capitalismo global. Daí a reação furiosa dos "financiadores", na realidade, autênticos proprietários das universidades, que passaram a exigir que os reitores agissem contra os manifestantes.
Aos poucos, vai surgindo um levante universitário semelhante ao ocorrido na época da guerra do Vietnã, quando milhares de estudantes também tomaram os campi universitários ao redor dos EUA para protestar contra a continuidade do conflito, tendo por ápice trágico o assassinato de quatro estudantes pela polícia no campus da Universidade Estadual de Kent, no Ohio. Até o momento, de acordo com o New York Times, pelos menos cinco campi de importância no país já registraram ocupações e confrontos com forças policiais e o número poderá crescer. Em 1970, na Universidade de Kent, a polícia
matou quatro estudantes em ação semelhante
às atuais
É de conhecimento generalizado que os levantes estudantis prenunciam levantes sociais mais amplos. Por estarem mais sensibilizados às pressões econômicas e serem menos atrelados às dinâmicas hierárquicas do mercado de trabalho, os estudantes tendem a abrir a trilha da revolta social antes dos demais grupos, bastando lembrar do exemplo mais emblemático de maio de 1968. O que está começando como manifestações contra o massacre ao povo palestino pode rapidamente escalar para algo mais generalizado, sobretudo se as universidades continuarem seguindo a política repressiva.
A causa é justíssima, pois não se pode fechar os olhos aos massacres perpetuados por Israel. É preciso definitivamente dar um basta aos contínuos crimes desse país e, para isso, é preciso derrotar a máquina que o sustenta, que está localizada nos próprios EUA. Destronar o Imperialismo ianque é fundamental para dissolver a base de sustentação israelense.
O anão Biden, morto-vivo da história, já percebeu o caos prenunciado e essa semana condenou as ações estudantis, já sentindo que ele pode ser o próximo Nixon. (por David Coelho)
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