domingo, 4 de fevereiro de 2024

EIS O MÍNIMO QUE VOCÊ PRECISA SABER PARA NÃO SER UM IDIOTA OU, PIOR AINDA, O GURU DE UMA LEGIÃO DE IDIOTAS

O finado guru da Famiglia Corleonaro escreveu um livro sobre o que ele considerava ser o mínimo de conhecimento necessário para alguém não ser um idiota. 

Mas, só o adquiriram os que já eram idiotas. E, infelizmente, se tornaram mais idiotas ainda, muito mais! 

Então, estou tomando a liberdade de oferecer abaixo, grátis,  o meu antídoto, que serve também como vacina contra a idiotice. Garanto que os imunizados não sentirão mais vontade de andar para trás como os caranguejos, lamber coturnos de militares ou fazer badernaços na Praça dos Três Poderes. (CL)   

"OS GRANDES SÓ PARECEM GRANDES
PORQUE ESTAMOS AJOELHADOS" 

"Ser governado é ser guardado à vista, inspecionado, espionado, dirigido, legislado, regulamentado, depositado, doutrinado, instituído, controlado, avaliado, apreciado, censurado, comandado por outros que não têm nem o título, nem a ciência, nem a virtude.

Ser governado é ser, em cada operação, em cada transação, em cada movimento, notado, registrado, arrolado, tarifado, timbrado, medido, taxado, patenteado, licenciado, autorizado, apostilado, admoestado, estorvado, emendado, endireitado, corrigido.

É, sob pretexto de utilidade pública e em nome do interesse geral, ser pedido emprestado, adestrado, espoliado, explorado, monopolizado, abalado, pressionado, mistificado, roubado.

Depois, à menor resistência, à primeira palavra de queixa, reprimido, corrigido, vilipendiado, vexado, perseguido, injuriado, espancado, desarmado, estrangulado, aprisionado, fuzilado, metralhado, julgado, condenado, deportado, sacrificado, vendido, traído e, para não faltar nada, ridicularizado, zombado, ultrajado, desonrado. Eis o governo, eis sua justiça, eis sua moral!

E dizer que há entre nós democratas que pretendem que o governo prevaleça; socialistas que sustentam esta ignomínia em nome da liberdade, da igualdade e da fraternidade; proletários que admitem sua candidatura à presidência! Hipocrisia!" (Pierre-Joseph Proudhon).

"
Onde quer que tenha chegado ao poder, a burguesia destruiu todas as relações feudais, patriarcais e idílicas.

Dilacerou impiedosamente os variegados laços feudais que ligavam o ser humano a seus superiores naturais, e não deixou subsistir entre homem e homem outro vínculo que não o interesse nu e cru, o insensível pagamento em dinheiro.

Afogou nas águas gélidas do calculo egoísta os sagrados frêmitos da exaltação religiosa, do entusiasmo cavalheiresco e do sentimentalismo pequeno-burguês. 

Fez da dignidade pessoal um simples valor de troca e no lugar das inúmeras liberdades já reconhecidas e duramente conquistadas colocou unicamente a liberdade de comércio sem escrúpulos.

Numa palavra, no lugar da exploração mascarada por ilusões políticas e religiosas ela colocou um exploração aberta, despudorada, direta e árida." (Karl Marx e Friedrich Engels) 
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"Aquele que botar as mão sobre mim, para me governar, é um usurpador, um tirano. Eu o declaro meu inimigo." (Proudhon)

"Até agora os filósofos se preocuparam em interpretar o mundo, de diversas maneiras. O que importa é transformá-lo." (Marx)

"Se o capitalismo é incapaz de satisfazer as reivindicações que surgem infalivelmente dos males que ele mesmo engendrou, então que morra!" (Leon Trotsky)

"A propriedade é o roubo." (Proudhon)

"De cada um, de acordo com suas habilidades, a cada um, de acordo com suas necessidades."(Marx e Engels)

"O primeiro homem que inventou de cercar uma parcela de terra e dizer isto é meu, e encontrou gente suficientemente ingênua para acreditar nisso, foi o autêntico fundador da sociedade civil. 

De quantos crimes, guerras, assassínios, desgraças e horrores teria livrado a humanidade se aquele, arrancando as cercas, tivesse gritado: Não, impostor!" (Jean-Jacques Rousseau)

"
Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo. E examinai, sobretudo, o que parece habitual. 

Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempos de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural, nada deve parecer impossível de mudar." (Bertold Brecht)

"A religião é o suspiro da criança acabrunhada, o coração de um mundo sem coração, assim como também o espírito de uma época sem espírito. Ela é o ópio do povo." (Marx)

"Pereça a pátria e salve-se a humanidade!" (Proudhon)

"Que meu país morra por mim!" (James Joyce)

"A revolução não é o convite para um jantar, a composição de uma obra literária, a pintura de um quadro ou a confecção de um bordado; ela não pode ser assim tão refinada, calma e delicada, tão branda, tão afável e cortês, comedida e generosa. A revolução é uma insurreição, é um ato de violência pelo qual uma classe derruba a outra.(Mao Tsé-tung)

"A propriedade privada tornou-nos tão estúpidos e limitados que um objeto só é nosso quando o possuímos." (Marx)

"Os grandes só parecem grandes porque estamos ajoelhados." (Che Guevara)

3 comentários:

SF disse...

***
Estatisticamente o Brasil está entre os países em que mais homicídios são cometidos.
E também onde existe uma das maiores taxas de analfabetismos funcional.
Estas premissas nos permitem dizer que o povo brasileiro é assassino e estúpido?
***
Refute.
***
Quando li a "constituição" do contratualista Dalton empaquei de imediato no artigo 9.
O do armazém geral.
Já imaginei o quanto de falcatrua seria feita pelos que "de acordo com suas habilidades" se dariam o direito de confiscar a produção da comunidade em nome da emancipação a humanidade.
A camarilha diria que seriam donos da produção social e se adonaria dela para o desfrute nas dashas dos dirigentes e juízes também previstos na emancipação.
Num átimo pensei em citar Proudhon e alguns outros que você citou.
Mas, citar é típico do academicismo de quem não entende muito da realidade prática.
Suas citações são muito oportunas.
***

celsolungaretti disse...

Companheiro, as estatísticas que você citou não são suficientes para delas derivarmos tais conclusões. Mostram mais um país onde a grande maioria da população é impelida pela indústria cultural a buscar o êxito pessoal acima de tudo, mas pouquíssimos o obtêm, daí a criminalidade tão acentuada e a descrença de que o ensino vá lhes abrir portas para o sucesso.

Quanto às frases que citei, constituem linhas mestras de uma sociedade na qual a prioridade máxima seja a felicidade dos seres humanos e não a realização do lucro. Mas. não quer dizer que possam ser imediatamente implantadas na sua totalidade. Há um processo histórico a ocorrer antes de chegarmos a isso. E, no caminho, seremos obrigados a optar pelo mal menor em situações em que inexiste a opção do bem maior.

Um exemplo concreto. Após a revolução de 1917 e a guerra mantida até 1921 contra forças intervencionistas estrangeiras e contra-revolucionários internos, o novo regime não conseguiu de imediato retomar a produção industrial nos níveis necessários para fornecê-los aos camponeses em troca dos alimentos de que as cidades careciam.

Grassava a fome nas cidades e os camponeses escondiam o resultado de suas colheitas, pois não acalentavam ideais generosos, o tipo de vida que levavam os fazia pensarem somente em si próprios e a desconfiar dos outros. Foi Lênin quem disse que os camponeses constituíam uma coletividade tanto quanto as batatas num saco constituíam um saco de batatas.

Que os alimentos sonegados tinham de ser tomados à força é óbvio, caso contrário a nação derreteria de vez.

Que foi horrível ter de se chegar a isto também é óbvio, mas era inescapável naquelas circunstâncias.

E é ainda óbvio o fato de que o governante máximo ser um indivíduo obtuso e paranoico como Stalin potencializou a bestialidade com que tal medida foi executada; o custo em vidas suprimidas ou desgraçadas poderia ter sido bem menor.

O valor dessas frases alinhavadas no artigo é que apontam onde queremos chegar, não onde já estamos.
E o caminho será longo e difícil, com os avanços desejados, mas também com os retrocessos impostos pelas circunstâncias adversas.

E a construção será uma obra humana, não dependerá de planos perfeitos e esquemas infalíveis.

Aliás, o evangelho cristão, em Lucas 2:14, parece subentender que a paz na Terra (só) será alcançada pelos homens de boa vontade. Então, como a existência de Deus não pode ser comprovada, o jeito é arregaçarmos as mangas e começarmos a construir a paz na Terra, pois ela não nos cairá das alturas.

As constituições burguesas servem principalmente para garantir os direitos de propriedade e os direitos de os grandes proprietários prevalecerem sobre os pé rapados.

Uma constituição socialista é, no máximo, uma expressão de desejos, quase como a bíblia cristã. Não garante nada se inexistir a vontade das gentes de aplicá-la. Precisamos, antes, forjar essa vontade coletiva, no bom sentido. Se a tivermos, não precisaremos nem de constituições nem de bíblias.

Uma frase que o cineasta Jean-Luc Godard colocou na boca do Lênin, mas talvez fosse dele próprio: "a ética é a estética do futuro". Ou seja, devemos nos empenhar para construirmos uma sociedade em que nossos valores solidários e nosso espírito de justiça sejam a realização concreta da beleza.

Mais ou menos na mesma linha, minha geração sonhava com uma evolução no sentido de nos tornarmos homens novos numa sociedade nova. Melancolicamente, hoje só posso dizer que isto ainda é possível, mas de imediato precisamos sobreviver à barbárie que está se avolumando durante a agonia do capitalismo.

E, caso consigamos, aprendermos a lição de que precisaremos reconstruir a sociedade de uma maneira bem diferente, ou adiante chegaremos novamente à beira do abismo, como estamos agora.

SF disse...

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Você não refutou...
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Boa aula de história. Mesmo suavizada, a imensa cafagestagem dos camaradas (de antanho e atuais) fica evidente.
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"Não põe corda no meu bloco", já disse o mestre João no seu Samba Plataforma.
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A verdadeira luta continua, companheiro.
E não passa por tomar o que os outros produzem honestamente.
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Evoé!!
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