Está se tornando consensual entre nós a posição de que são dois os terrorismos responsáveis pela carnificina da vez no Oriente Médio, semelhante a tantas outras já ocorridas desde que potências capitalistas apostaram em Israel como cão de guarda dos seus interesses petrolíferos na região.
Até o Lula voltou a afirmar isto, depois de adotar tal posição no início e recuar assustado quando a grande imprensa caiu de pau em cima de suas declarações. Após algumas semanas, recuperou a coragem. Aguardem o próximo e emocionante zigue-zague...
Como eu não me posiciono de acordo com a lavagem cerebral da grande mídia e sua capacidade de fazer a cabeça dos videotas, já em março de 2011 repudiei veementemente os massacres com que Israel impõe sua vontade a ferro e fogo, já então ressalvando, contudo, que o terrorismo fundamentalista é igualmente intolerável.
Ambos são regressivos. Os israelenses querem fazer o relógio da História recuar até o período nazista, só que agora são eles que desempenham o papel dos carrascos e submetem os palestinos a um mini-Holocausto.
Enquanto isto, o Hamas e seus congêneres tentam nos arrastar de volta à idade das trevas, quando seres humanos eram abatidos como moscas em nome da idiotia religiosa.
Meu artigo de 2011 foi uma unanimidade às avessas: os dois lados o detestaram e até retaliações sofri por sua causa. Isto, no Brasil, queria dizer que eu tinha acertado na mosca.
Daí ter republicado o Israel é o IV Reich no último dia 10 de outubro, ao constatar que tudo continuava como dantes no quartel de Abrantes:
— os terroristas continuavam provocando os israelenses como forma de fazer aflorar a verdadeira face desses grileiros truculentos;
— os israelenses emitem o sinal de que tudo farão para eternizar a ocupação de terras que não lhes pertencem, inclusive recorrendo às mais bestiais demonstrações de força; e
— como vitrola antiga quebrada, a extrema-direita alinha-se com Israel, a esquerda Fla-Flu com os fundamentalistas impiedosos e ninguém parece realmente preocupado com a contagem de cadáveres crescendo e os sofrimentos impostos aos civis aumentando.
Já se passou mais de um mês e nada de substancial mudou. A única alteração do quadro é que Israel começa a provocar tamanha repulsa nos seres humanos dotados de espírito crítico que até seu maior aliado já se empenha em refrear-lhe as blitzkriegs. Isto também já aconteceu nas outras vezes.
Acabará se chegando a qualquer acordo para cessar a matança, provavelmente antes do Natal. Mas, como nada realmente vai se resolver, daqui a algumas décadas assistiremos de novo a este filme deprimente.
No fundo, ou Israel elimina todos os muçulmanos ou estes, em número muito maior, mais dia, menos dia vão acabar atirando os israelenses no mar.
O segundo desfecho se tornará cada vez mais provável à medida que a matriz energética seja substituída por alguma alternativa limpa e o petróleo perca o valor que tem hoje.
Aí a serventia de Israel como leão-de-chácara deixará de existir. Mas, falta sensatez aos seus dirigentes para mudarem de atitude antes que lhes aconteça o pior.
Deveriam lembrar o sábio conselho do Napoleão Bonaparte: Dá para fazer qualquer coisa com baionetas, exceto sentar-se nelas. (por Celso Lungaretti)
Um comentário:
Caro companheiro, incrível como Israel consegue levar este massacre de forma autoritária sem ser detido por ninguém..
Obs: Caro Celso, te encaminhei um email sobre um assunto que comentei contigo um tempo atrás. Violência policial da PM me atingindo pessoalmente.
Mandei email com endereço ics-contato@bol.com.br ISMAR CELESTINO DE SOUZA, SALVADOR, BAHIA.
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