— segundo dados que o Fundo Monetário Internacional acaba de atualizar, o PIB do Brasil deve fechar 2023 com uma participação de apenas 2,3% na economia global, a mais baixa desde 1980, quando teve início a série histórica do FMI;
— naquela década chegou a ser de 4%, mas vem despencando desde então e deve seguir em queda durante os próximos anos;
— “O Brasil (...) perdeu a década de 80, cresceu bem devagar nos anos 90, teve sorte na primeira década deste século por causa do crescimento da China e pelos preços de commodities, mas os últimos anos voltaram a ser perdidos” (Alberto Ramos, diretor de pesquisa macroeconômica para América Latina do Goldman Sachs).
É para isto que tenho tentado chamar a atenção desde bem antes de Lula ser reeleito. Sendo o Brasil um país pobre que está empobrecendo cada vez mais, quem estiver no governo terá sempre contra si uma grande rejeição. "Numa casa em que falta pão, todo mundo briga e ninguém tem razão", dizia-se antigamente.
As pessoas simples, obrigadas a trabalhar muito para possuírem quase nada e até a terem de procurar comida nos caminhões de lixo, vão culpar os políticos profissionais por sua situação crítica e correr atrás de qualquer cenário que lhe pareça diferente: desde falsos outsiders como o Bozo até populistas ultrapassados como o Lula. E como o problema vai muito além da mera governança, o miserê continuará.
O xis do problema, evidentemente, é que o capitalismo consegue proporcionar uma existência pelo menos aceitável a uma parcela cada vez menos da população mundial, enquanto o contingente de miseráveis aumenta sem parar.
A insustentabilidade econômica, por força das contradições que Marx já apontava no século retrasado, o encaminha inexoravelmente para a debacle final, que tende a coincidir com a intensificação dos efeitos catastróficos das alterações climáticas. Está tudo ruim? Vai ficar pior.
E o governo Lula não só se revela incapaz de reaquecer um tiquinho que seja a economia (até porque insiste em repetir noutro contexto as diretrizes que deram certo no Lula.1 mais por sorte do que por mérito), como também porque precisou associar-se ao putrefato centrão tanto para vencer a eleição quanto para sobreviver à tentativa de intentona.
Logo o povo repudiará de novo tudo que está aí e o governo de Lula, tendo Lira como eminência parda, será alvo da indignação popular como parte do status quo detestado.
A saída? Não existe solução fácil, mas a pior postura será continuar como força auxiliar da burguesia, governando para o capital e mancomunado com o centrão. Pois assim poderá não só perder o governo, como acabar de perder a alma (o que porventura dela ainda restar).
que a modernidade desconstruía; mas o experimento flopou e agora
nem nos tornamos prósperos, nem sabemos mais quem somos.
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