sexta-feira, 21 de abril de 2023

O PROCESSO QUE CONDENOU CUCA FOI INCINERADO APÓS PRESCREVER. ENTÃO, CHEGA DE CIRCO!

Reportagem da Placar em 1987. Após
1,5 mês presos, os 4 foram liberados.
O
jornalista Paulo Vinícius Coelho, em sua coluna do UOL (vide aqui), trouxe as informações que faltavam para colocarmos definitivamente uma pedra sobre o tal escândalo de Berna:
  1. a Justiça suíça condenou em 1989 os jogadores do Grêmio pela prática de sexo com uma menor de idade que ingressara espontaneamente no quarto deles;
  2. estavam em quatro e o goleiro Chico foi condenado a três anos de prisão, embora a pena máxima possível fosse de dez anos;
  3. a condenação foi menos rigorosa porque não se comprovou que a menor tivesse sofrido violência física ou coerção;
  4. o Cuca acaba de dar entrevista coletiva protestando inocência e dizendo que sua única participação no episódio se deveu a estar no mesmo recinto, só que era um quarto em L e a menor, como consequência, nem sequer chegou a vê-lo, daí não o ter identificado diante da polícia;
  5. então, ao invés de a três anos como o Chico, ele foi condenado apenas a 15 meses (talvez por, embora separado por uma parede, ele saber o que estava acontecendo e nada ter feito para impedir);
  6. o principal de tudo é que, conforme relata o PVC, "o processo foi incinerado, depois de prescrito", portanto "a condenação não foi nem será cumprida" e hoje os quatro ex-jogadores podem passear à vontade pela Suíça sem nenhum risco de serem presos.
Cuca diz que era jovem demais para lidar com uma situação dessas e deixou tudo por conta dos advogados do Grêmio. Longe da Suíça, nem sequer tomou conhecimento de que estava sendo julgado in absentia

Mais tarde, quando quis fazer algo a respeito, advogados daquele país informaram que nada mais era possível porque o processo virara cinzas.

No que se baseia, afinal, a atual campanha de linchamento moral para impedir o Cuca de, 35 anos depois, exercer o seu ofício? No inventário de cinzas inexistentes, já que nem elas sobraram? 

Então, como nunca se soube exatamente o que constava no processo, já que tramitou em segredo de Justiça, está mais do que na hora de pararmos de infernizar o Cuca com suposições e elucubrações que tanto podem ser corretas como totalmente equivocadas. 

Deixou de existir qualquer base sólida para tirarmos conclusões a respeito do episódio, a menos que a vítima ou algum dos outros envolvidos acrescentem algo às versões do passado longínquo. Mas, nada indica que o farão. 

Chega de circo! (por Celso Lungaretti)
Observação – hoje, 25/04, surgiu a informação de que o processo suíço não foi incinerado, como afirmou o PVC e eu acreditei (mea culpa!), mas permanecerá sob segredo de Justiça até o final do presente século. 

Só que, ao contrário do que parecem supor os justiçadores do tribunal da internet, o resumo do caso num jornal de Berna vale tanto quanto qualquer notícia produzida a partir de vazamento de trechos de (ou de suposições sobre) um processo que não estava disponível para conhecimento do público: nada

Isto porque não existe garantia nenhuma de que, p. ex., tal texto expressava fielmente o conteúdo do processo. E seria de um ridículo atroz proibir-se a divulgação do processo em si, mas permitir que qualquer veículo de imprensa o trombeteasse aos quatro ventos.  (CL)

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá Celso
Se ainda não leu
A Companion to Federico Fellini
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