sexta-feira, 3 de março de 2023

NO RETORNO APÓS A COPA É PRECISO CONSTATAR QUE A SELEÇÃO BRASILEIRA ESTÁ MORTA



 
robson morelli

Seleção Brasileira está morta

A seleção brasileira está na estaca zero. Esse é o resultado deixado pela comissão técnica de Tite após a Copa do Mundo do Catar, com seis anos no comando, e de todos os jogadores que fracassaram no último Mundial. O Brasil amarga cinco Copas sem sucesso. Continua longe do seu torcedor e começa março, mês em que voltará a atuar em amistoso internacional no dia 25, contra Marrocos, sem rumo. A constatação é dolorida para a seleção pentacampeã do mundo, mas ela é real. O Brasil morreu.

Ao contrário de Messi, Neymar não
foi um líder em campo. 

Não sobrou nada após o Catar. Não há treinador definido nem próximo de ser contratado. Ramon assume o posto ao cair de paraquedas no cargo após comandar o time nacional dos garotos. Nada a ver com a história do país cinco vezes campeão do mundo, de Pelé e Garrincha, Sócrates e Zico, Romário e Bebeto, Ronaldo e Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho e Adriano e tantos outros.

Ramon foi um jeitinho encontrado pela CBF para ganhar tempo e cumprir seu primeiro compromisso no ano, inclusive financeiro com os patrocinadores.

Ninguém sabe nada sobre a seleção. E mesmo esse time que será montado por Ramon, que não tem culpa de nada e está ajudando por ser membro da CBF, não vale nada. Ramon não ficará no cargo. Ele é tampão até o presidente Ednaldo Rodrigues encontrar um substituto para Tite.

A situação é tão ruim que faz três meses que o cargo está vago, sem cheiro de quem poderá ocupá-lo. Não há nomes fortes no cenário nacional. Todos são discutidos. Nenhum é unanimidade. Pior, com mais características negativas do que positivas. Na Europa, há mais sonhos do que vida real. Pep Guardiola, Carlo Ancelotti, Zidane, são todos nomes ventilados, mas que têm com seus clubes contratos longos e milionários. Zidane está no mercado, mas sem nenhuma identificação com o Brasil, a não ser ter derrubado o time de Zagallo em 1998. Pep Guardiola recebe R$ 13 milhões por mês no Manchester City. Ancelotti tem carinho aparente pelos jogadores brasileiros e pelo futebol da seleção de tempos passados, mas tem um gigante Real Madrid para cuidar e ganhar taças e onde parece também feliz e ambientado.

Há os mesmo jogadores que estavam no Catar para chamar. Não dá mais. Já ficou mais do que provado que um dos maiores problemas da seleção é a falta de esquemas e jogadas, de ensaios e de inteligência, com muito tratamento privilegiado e uma turma de atletas mimadinhos.

O Brasil tem sido time cheio de craques, mas sem comando, que entra em campo bagunçado e achando que vai decidir o resultado de um jogo no talento. No futebol de seleções, isso não existe mais. Vez ou outra um craque resolve tudo, como fez Messi para a Argentina na Copa do Catar. Mas isso está se tornando cada vez mais raro. A massa nacional é crua e sem gosto.

Tite não deixa nenhum legado. 

Neymar também é responsável pelo Brasil estar na estaca zero. O camisa 10 não sabe se quer mais jogar no time. Disputou três Copas e fracassou em todas. É um jogador pior agora do que era em sua primeira participação em Mundiais, em 2014, no Brasil. Nesses últimos três meses, apenas Vinicius Junior cresceu, mesmo assim é preciso ver como o treinador vai usá-lo. É consenso que os jogadores brasileiros atuam melhor em seus times na Europa do que na seleção brasileira.

Há gente boa e interessada na CBF para resolver esse problema. Mas é fato que a seleção hoje não existe. Tudo o que se pretendia fazer na era Tite deu errado. Não há um legado ou uma transição. A gestão foi péssima. Não há um tijolo no seu devido lugar. Em breve, as seleções vão começar a disputar novamente as Eliminatórias e muito rapidamente a próxima Copa do Mundo vai chegar. O Brasil precisa voltar a ter uma camisa pesada. Não tem mais. Aqui dentro do País, o sentimento é de que a seleção está morta. (Robson Morelli)




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