A bancada do sub-PT (vulgo Psol) na Câmara Federal apresentou nesta terça-feira (8) um projeto de lei para a retirada da autonomia do Banco Central, que deixaria de não ter vínculo com qualquer estrutura do Executivo, passando a subordinar-se ao presidente da República.
O motivo é o Lula querer forçar a redução das taxas de juros básicos (Selic) para, com isto, obter algum aquecimento da economia.
Pena que, desta forma, a inflação aumentaria de tal forma que aquilo que os trabalhadores obtivessem como paga de seu labor valeria menos a cada dia transcorrido.
A grana entraria por um lado e sairia pelo outro, um pesadelo do qual só nos livramos em julho de 1994, com o lançamento do Plano Real, o único plano de estabilização que vingou, depois de seis terem fracassado: Cruzado 1 (fevereiro de 1986) e 2 (novembro de 1986), Bresser (1987), Verão (1988), Collor 1 (1990) e 2 (1991).
A inflação retrocedia momentaneamente, mas voltava adiante com mais força ainda. O quadro era tão grave que nem mesmo o sucesso do Plano Real impediu que o Brasil registrasse, na segunda metade do século passado inteira, a maior taxa inflacionária do planeta!
Pelo mesmíssimo caminho que Lula quer trilhar novamente, a inflação só no último mês do governo Sarney (março de 1990) foi de inacreditáveis 84,3%. No mesmo dia em que recebia o pagamento, todo mundo corria às lojas e supermercados para gastá-lo enquanto ainda valia alguma coisa.
Ou seja, voltaríamos à demagogia repulsiva da Nova República, com o governo do populista retrô 3 assegurando farta distribuição de pastéis de vento para fingir que estaria beneficiando os explorados.
Juros baixos sem disparada da inflação dependeriam de uma redução da descomunal gastança politiqueira dos governos federal, estaduais e municipais, mas isto o centrão proíbe o Lula de fazer..
E, como todos sabemos, além de ser tutelado pelo poder econômico, o presidente da República também o é pelos fisiológicos da Câmara Federal e do Senado, que o chantageiam com a ameaça de levarem a governabilidade embora (como faziam, quando contrariados, os meninos que eram donos da bola nas peladas do meu tempo de criança).
Enquanto decidimos se preferimos retroceder à Idade Média com a extrema-direita ou ao nacional-desenvolvimentismo do pós-guerra com o Lula, nossas capitais fedem a merda e tropeço com miseráveis dormindo nas calçadas a cada passo que dou em plena São Paulo, cidade que sozinha responde por 10% do PIB brasileiro.
O grande vilão não é o BC, Lula. É o capitalismo!
Capitalismo que, desde o início de sua trajetória sindical, você tudo faz para para perpetuar, vendendo a ilusão de que ele possa ser domesticado e humanizado. O diabo é que hoje ele está mais selvagem do que nunca...
Que falta faz uma esquerda de verdade no Brasil!!! (por Celso Lungaretti)
Um comentário:
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É tenso quando alguém como você prognostica a hiperinflação.
Expertise não lhe falta.
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Recordo Marx que pontificou a respeito deste negócio de rendimento (e suas fontes).
Asseverou em artigo que serve até hoje como base para lidar com isso, que o rendimento do dinheiro é a taxa de mais-valia que pode ser extraída na forma de aluguel de algum ativo. (algo assim)
É bem claro que isso gera problema sérios na economia e faz, pela lei dos retornos regressivos, diminuir, e não aumentar, a atividade econômica.
Tandã!
Padim está parcialmente certo.
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Porém, a solução para o impasse nem Padim ou qualquer outro fiduciário sabe.
Mas, como ele tem que "mostrar serviço" e preparar uma desculpa para a falência anunciada do seu governo, então, dana-se a falar meias verdades e falácias.
Os partidários gostam, os contrários deblateram, entretanto, a realidade não muda.
Não há de onde tirar "mais-valia"!
O valor identificado por Marx como fonte do rendimento.
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O poderoso Pauer tinha virado um midas ao emitir dinheiro falso, a baixo preço, e, através de recompras feitas pelos próprios controladores (financiadas por empréstimos) impulsionar o preço das ações estadunidenses.
Ganhava-se na diferença entre o juro pago pelo empréstimo e a valorização das ações.
Isso provocou uma brutal concentração de dinheiro(falso) na mão de meia-dúzia.
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Agora, ele está pagando juros (igualmente falsos) sobre um ativo que nem sequer existe.
Os mercados já se ressentiram da falta de aporte constante de moeda falsa a baixo custo e estão colapsando.
A mediação social pela moeda fiduciária está se provando completamente inviável.
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Esta turma é muito inteligente.
Estão procurando uma solução que mantenha de pé o edifício de opressão que construíram.
É bom não duvidar.
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Este é um mundo causal, porém a linguagem que usamos é dual.
Todo aparato linguístico e o pensar atual são subalternos a esta determinante maniqueísta.
Por isso, a solução para este impasse não foi e nem será encontrada no atual estágio de compreensão deste pessoal.
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Mestre Graça abominava o adjetivo.
Ele sabia.
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