sexta-feira, 7 de outubro de 2022

LULA É MAIOR QUE A ESQUERDA E O BOZO, MENOR QUE A DIREITA. O QUE FAZER?

Para William Waack, o Brasil ficará inviável se não for superado o choque Lula-Bolsonaro
O IRREVERSÍVEL
Confirmou-se no domingo que Lula é maior que a esquerda e Bolsonaro, menor que a direita. 

Tanto nas eleições proporcionais quanto nas diretas o avanço de nomes ligados à esquerda foi menor do que Lula conseguiu para si mesmo. 

Da mesma maneira, Bolsonaro ficou menor no 1º turno do que a projeção alcançada pela centro-direita.

Claro que isso tem a ver diretamente com os dois personagens. Lula continua sendo, para uma expressiva camada do eleitorado, o pai dos pobres – algo só comparável ao que foi o getulismo, e igualmente irreversível como fenômeno de massas.
O Bozo "não é unanimidade na centro-direita e angariou
forte rejeição mesmo entre os que detestam Lula"

Bolsonaro é considerado um mito  por outro fenômeno também irreversível, o bolsonarismo. 

Ocorre que, dentro da demanda geral do eleitorado (que é claramente de centro-direita), Bolsonaro não é unanimidade e angariou forte rejeição mesmo entre os que detestam Lula.

Caso se confirme seu favoritismo atual, Lula terá de lidar com dois amplos problemas políticos que, se não forem resolvidos, tornam o País inviável. 

O primeiro é a herança da Lava Jato. Ao contrário do que diz Lula, parcela significativa do eleitorado não acha que a operação anticorrupção foi um erro, e o enxerga apenas como um ladrão.

O segundo é a amplitude eleitoral da demanda de centro-direita, que não pode ser igualada a bolsonarismo (entendido como adesão cega ao líder populista). Mas é o que fez a estratégia petista quando buscou o voto útil dizendo que ajuda o fascismo e a barbárie quem não vota no Lula. O Congresso eleito é um banho de realidade (e uma dura resposta) para a campanha petista.

É uma espécie de Brasil profundo que saiu rugindo das urnas, e que dificilmente se enquadra nas convenções da Ciência Política sobre o que seja direita ou esquerda. 

Talvez a antropologia cultural seja a melhor disciplina para se tentar entender. Há nessa ampla corrente traços de arraigada boçalidade política (incluindo todo tipo de preconceito), aversão às elites e à ciência, aos princípios democráticos e instituições em geral (Judiciário e imprensa, entre outros).
Expressiva parcela do eleitorado vê Lula como um novo
pai dos pobres. Mas, a cópia está bem aquém do original
Mas também apego à liberdade do indivíduo, disposição de empreender, necessidade de segurança jurídica, simplificação de regras, solidariedade com os mais vulneráveis, valores religiosos e de família. 

E uma forte identificação com a difusa ideia (que a figura de Bolsonaro capturou lá atrás) de que os sistemas político, eleitoral e de governo atuam contra o Brasil que trabalha e produz.

Lula não indicou claramente como pretende superar o quadro acima caso volte ao Planalto. 

Bolsonaro, se reeleito, não poderá contar com o apelo que já representou. 

Não serão tempos fáceis. (por William Waack)

Um comentário:

SF disse...

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Como diria Dias Gomes "deixemos de entretanto e vamos direto aos finalmente":
ninguém sabe o que fazer com o cadáver do capitalismo!
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A renda universal, a antítese suprema do liberismo, veio para ficar.
Isso não é Malthusiano e, perdoem-me os sensíveis, impõe a pergunta: o que os donos do mundo querem com tanta gente sem serventia?
Confesso que não sei a resposta.
Apelo aos universitários.
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Biden perdoou quem deu um tapa na pantera e ainda, dizem, admitiu que criminalizar foi uma estratégia fracassada.
Mais um sinal que não estão precisando mais de mentes lúcidas para operar as máquinas e traquitanas da linha de produção.
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Avoa!
Já dizia Zé na canção A Dança das Borboletas.
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