MODERAÇÃO DE
BOLSONARO PARA
O 2º TURNO PERDE
VALIDADE ANTES
DO PRAZO
Quem viu o Bolsonaro de domingo passado, reagindo com sobriedade ao resultado das urnas, pensou que estava diante de um presidente completamente fora de si.
Distanciando-se da radioatividade que caracteriza sua retórica, Bolsonaro analisou com rara racionalidade o resultado das urnas que acabavam de ser computadas pela Justiça Eleitoral.
Nascido de uma conversa com os operadores da campanha à reeleição, esse Bolsonaro respeitador do sistema eleitoral, moderado e calmo até no tom de voz, deveria durar até 30 de outubro, dia em que os eleitores voltarão às urnas. Mas a índole tóxica do capitão é maior do que qualquer estratégia política. O comedimento perdeu a validade antes do prazo.
Em live transmitida nas suas redes sociais na noite de 4ª feira (5), Bolsonaro colocou em dúvida as urnas que o enviaram para o 2º turno e presentearam o seu partido com as maiores bancadas da Câmara e do Senado. "Alguns problemas aconteceram", disse Bolsonaro.
Nada a ver com aquele Bolsonaro de domingo, que, estalando de humildade, resignou-se diante da vantagem de 6 milhões de votos obtida por Lula no 1º turno: "Tem muito voto que foi (dado) pela condição do povo brasileiro, que sentiu o aumento dos produtos".
De volta à anormalidade, o Bolsonaro da live associou a vitória de Lula na região Nordeste ao analfabetismo do eleitorado nordestino.
O pernambucano Lula viu na insinuação uma bola acomodada na marca do pênalti. Empurrou para o gol: "Quem tem uma gota de sangue nordestino não pode votar nesse negacionista", discursou em comício. A polêmica ganhou as redes sociais.
Em privado, até integrantes do staff da campanha à reeleição avaliam que o capitão, além de não aproveitar todas as oportunidades que o segundo turno oferece, começa a se tornar a oportunidade que seu adversário aproveita. (por Josias de Souza)
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