A TENSÃO DA GUERRA
Esta é a razão da tensão da guerra, que pode perigosamente escapar da sua versão convencional para a nuclear.
Atualmente tudo está a ocorrer dentro do mais tenebroso figurino da irracionalidade da relação social sob o capital.
O capital não é apenas individualmente assassino, mas genocida!
A China e as suas relações com o capital internacional não podem conviver no longo prazo com uma redução do PIB como está sendo anunciada para 2022, sob pena de ficar decretado o calote de sua dívida pública e privada, já impagável, que corresponderá a uma bomba atômica no mundo financeiro, não sem antes provocar uma tensão de guerra nuclear.
Os Estados Unidos, idem.
A Ucrânia é pretexto; Taiwan também. São importantes zonas de produção alimentar e tecnológica, mas que apenas revelam o que está por trás da ação de cada potência econômica: interesses mesquinhos e desumanos que o capitalismo fomenta.
Lembram do assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, uma pequena faísca que ateou o incêndio da 1ª Guerra Mundial?
Hiroshima depois da bomba |
Ele e sua esposa Sophie foram assassinados no final de 1914, quando visitavam Saravejo,por ativistas sérvios que lutavam pela libertação das províncias eslavas sob dominação do império Austro-húngaro; almejavam a criação da Grande Sérvia, que seria futuramente a Iugoslávia.
É claro que estava em jogo ali não apenas a indignação pelo assassinato de um monarca imperialista, mas a tensão causada tanto pela reconfiguração do sistema de produção de mercadorias (que deslocava a revolução industrial inglesa para a disputa por hegemonia político-econômica pela Alemanha na Europa), quanto pela revolução fordista nos Estados Unidos.
Este incidente serviu como desculpa para a tentativa de dominação alemã da Europa, cuja resposta inicial da Inglaterra e da França (que tentavam manter os seus domínios) se alastrou mundialmente como gasolina em incêndio.
Há mais de um século, portanto, já existia, patrocinado pelo novo modo de produção industrial de mercadorias que se iniciava, o vírus letal da relação social da fase desenvolvida da forma-valor: o capitalismo industrial e financeiro.
Agora vivemos a era de terceira revolução industrial cibernética, que é bem mais destrutiva da essência da lógica do capitalismo do que a revolução industrial inglesa da metade do século 19 e a revolução fordista do início de século 20.
A robotização substitutiva do trabalho abstrato produtor de valor, seja na indústria ou na computação aplicada à área dos serviços, tem racionalizado procedimentos e dispensado a força de trabalho humana em níveis nunca antes vistos.
Isto é fatal para a economia capitalista. Máquina não produz valor e exige cada vez mais investimentos em capital fixo (não produzido globalmente na dimensão necessária (instalações, tecnologia, equipamento).
Assim, à medida que decresce a massa global de valor em face da redução de custos e de valor das mercadorias no mercado global, isto provoca a crise do desemprego estrutural e o endividamento insolvável.
As dívidas públicas e privadas crescentes, que prenunciam a insolvabilidade até mesmo dos chamados serviços da dívida (leia-se juros cobrados aos países da periferia capitalista, os que estão fora do baile do G7), é importante fator que se agrega aos já citados.
Esse conjunto de fatores correspondem ao caráter contraditoriamente autodestrutivo do capitalismo.
Sendo inviável a permanência deste acelerado processo de autodestrutibilidade, ao invés de se criarem alternativas ao formato decadente de poder político-burguês e se buscar uma nova lógica de relação social, faz-se o contrário: como ocorria no início do capitalismo, intensificam-se as tentativas, por parte dos estados nacionais que pretendem deter hegemonia econômica pelas armas de fogo, de subjugarem os menos potentes, agora com a letalidade das armas nucleares. (por Dalton Rosado – continua neste post)
"A guerra, crianças, está a um tiro de
distância, a apenas um tiro de distância"
Nenhum comentário:
Postar um comentário