quarta-feira, 27 de julho de 2022

LEIA E SUBSCREVA UM MANIFESTO CONTRA AÇÕES PARA MELAR A ELEIÇÃO

Se todas as viradas de mesa fracassarem,
restará para o Bozo este último recurso...
P
rimeiramente, duas ressalvas: o chamado Estado Democrático de Direito não transcende a divisão da sociedade em classes, mas apenas a reflete, dotando a classe dominante de instrumentos institucionais para continuar exercendo indefinidamente a sua dominação. 

E, claro, o Direito que nele vige consagra a hegemonia do poder econômico, embora contenha também normas cujo foco é mais amplo e ajudam os dominados a eventualmente se defenderem das injustiças e truculências perpetradas pelos dominadores.

Isto posto, reproduzo em seguida um abaixo-assinado que deve ser visto e (recomendo) subscrito como uma das muitas iniciativas para prevenir o badernaço por meio do qual os bolsonaristas tentarão melar,  ganhar no grito ou substituir a eleição presidencial. 

Mesmo que a retórica pomposa e algumas inexatidões do texto nos desagradem, a repercussão pública será de que tantos cidadãos se posicionaram contra a conspiração neofascista para prolongar, contra a vontade do nosso povo, os rigores e tormentos a ele impostos pelo pior presidente brasileiro de todos os tempos.

Foi com este espírito que eu o subscrevi e estou convidando os leitores a também o fazerem. (CL)
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CARTA ÀS BRASILEIRAS E AOS BRASILEIROS
 EM DEFESA DO ESTADO DEMOCRÁTICO
DE DIREITO
E
m agosto de 1977, em meio às comemorações do sesquicentenário de fundação dos cursos jurídicos no país, o professor Goffredo da Silva Telles Junior, mestre de todos nós, no território livre do Largo de São Francisco, leu a Carta aos Brasileiros, na qual denunciava a ilegitimidade do então governo militar e o estado de exceção em que vivíamos. Conclamava também o restabelecimento do estado de direito e a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte.

A semente plantada rendeu frutos. O Brasil superou a ditadura militar. A Assembleia Nacional Constituinte resgatou a legitimidade de nossas instituições, restabelecendo o Estado Democrático de Direito com a prevalência do respeito aos direitos fundamentais.

Temos os poderes da República, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, todos independentes, autônomos e com o compromisso de respeitar e zelar pela observância do pacto maior, a Constituição Federal.

Sob o manto da Constituição Federal de 1988, prestes a completar seu 34º aniversário, passamos por eleições livres e periódicas, nas quais o debate político sobre os projetos para país sempre foi democrático, cabendo a decisão final à soberania popular.

A lição de Goffredo está estampada em nossa Constituição: "Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de seus representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição".

Nossas eleições com o processo eletrônico de apuração têm servido de exemplo no mundo. Tivemos várias alternâncias de poder com respeito aos resultados das urnas e transição republicana de governo. As urnas eletrônicas revelaram-se seguras e confiáveis, assim como a Justiça Eleitoral.

Nossa democracia cresceu e amadureceu, mas muito ainda há de ser feito. Vivemos em país de profundas desigualdades sociais, com carências em serviços públicos essenciais, como saúde, educação, habitação e segurança pública. 

Temos muito a caminhar no desenvolvimento das nossas potencialidades econômicas de forma sustentável. O Estado apresenta-se ineficiente diante dos seus inúmeros desafios. Pleitos por maior respeito e igualdade de condições em matéria de raça, gênero e orientação sexual ainda estão longe de ser atendidos com a devida plenitude.

Nos próximos dias, em meio a estes desafios, teremos o início da campanha eleitoral para a renovação dos mandatos dos legislativos e executivos estaduais e federais. Neste momento, deveríamos ter o ápice da democracia com a disputa entre os vários projetos políticos visando convencer o eleitorado da melhor proposta para os rumos do país nos próximos anos.

Ao invés de uma festa cívica, estamos passando por momento de imenso perigo para a normalidade democrática, risco às instituições da República e insinuações de desacato ao resultado das eleições.
Ataques infundados e desacompanhados de provas questionam a lisura do processo eleitoral e o Estado Democrático de Direito tão duramente conquistado pela sociedade brasileira. São intoleráveis as ameaças aos demais poderes e setores da sociedade civil e a incitação à violência e à ruptura da ordem constitucional.

Assistimos recentemente a desvarios autoritários que puseram em risco a secular democracia norte-americana. Lá as tentativas de desestabilizar a democracia e a confiança do povo na lisura das eleições não tiveram êxito, aqui também não terão.

Nossa consciência cívica é muito maior do que imaginam os adversários da democracia. Sabemos deixar ao lado divergências menores em prol de algo muito maior, a defesa da ordem democrática.

Imbuídos do espírito cívico que lastreou a Carta aos Brasileiros de 1977 e reunidos no mesmo território livre do Largo de São Francisco, independentemente da preferência eleitoral ou partidária de cada um, clamamos as brasileiras e brasileiros a ficarem alertas na defesa da democracia e do respeito ao resultado das eleições.

No Brasil atual não há mais espaço para retrocessos autoritários. Ditadura e tortura pertencem ao passado. A solução dos imensos desafios da sociedade brasileira passa necessariamente pelo respeito ao resultado das eleições.

Em vigília cívica contra as tentativas de rupturas, bradamos de forma uníssona:

Estado Democrático de Direito Sempre!!! (clique aqui para assinar)

Um comentário:

Anônimo disse...

https://www-theguardian-com.translate.goog/world/2022/jul/27/outrage-brazil-jair-bolsonaro-avoids-five-charges-related-to-covid-response?_x_tr_sl=en&_x_tr_tl=es&_x_tr_hl=es

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