quinta-feira, 7 de julho de 2022

BORIS JOHNSON É A PRIMEIRA GRANDE 'VÍTIMA' DA CRISE GERAL CAPITALISTA

A
renúncia de Boris Johnson do cargo de primeiro ministro britânico é um sinal do que poderá vir nos próximos meses e em outros países importantes do mundo capitalista. 

Oficialmente, sua queda se deve a sucessivos escândalos, dele mesmo e de aliados próximos. 

Contudo, na prática, a queda ocorre pela crescente deterioração das condições de vida no Reino Unido, a qual se soma à já antiga crise do Brexit

Na Inglaterra a situação é de tal gravidade que a revista The Economist lançou recente artigo alertando para os perigos da carestia para a estabilidade social e política. Ou seja, a burguesia britânica hoje se assusta com a existência da fome em suas terras e com as consequências da luta de classes que daí decorrerá.  

Mas não seria preciso ler a revista dos financistas ingleses para ter noção do tamanho da crise social no país da Rainha.

Não faz poucos dias aconteceu por lá a maior greve dos últimos 40 anos, responsável por imobilizar toda a rede metroviária da região de Londres. Outros setores da economia também encaminham-se para fortes paralisações.

Neste cenário, o Partido Conservador resolveu se adiantar para garantir sua sobrevivência, blindando-se diante da insatisfação popular. 

Assim, Johnson foi sacrificado para aplacar a fúria dos trabalhadores, colocando carne nova para ser sangrada no altar do capitalismo. 

O quanto a medida dará certo para o partido atualmente no poder vai depender do tamanho do buraco da futura crise. Dependendo da intensidade do abalo na reprodução capitalista, nem mesmo o sistema político britânico, já fraturado, poderá se salvar. 

A grande lição do momento é enxergar o quanto a crise capitalista presente não mais está circunscrita à periferia do sistema, mas atinge o próprio coração burguês. 

A guerra da Ucrânia e os preparativos para uma terceira guerra mundial são fortes sinais de que o próximo abalo não será meramente localizado, colocando-se definitivamente enquanto uma crise geral igual à de 1929, capaz de abrir passagem para uma situação revolucionária em nível planetário. (por David Emanuel Coelho)

Um comentário:

Anônimo disse...

https://www.economist.com/britain/2022/07/06/the-toxicity-of-boris-johnson
Este 'verdeamarelo' que pinta o BoJo tem algo sobre o BoZO...

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