sexta-feira, 22 de abril de 2022

MAIS UM PLANO INFALÍVEL DO BOZO A CAMINHO DO RALO

O problema dos planos infalíveis do Bozo...
S
ete meses e meio depois do fracasso acachapante da micareta golpista do 7 de setembro, Jair Bolsonaro volta à carga com um misto de samba do crioulo doido jurídico e tentativa canhestra de reeditar a crise que serviu de pivô para o AI-5.

No front jurídico, será facílimo desarmar a bomba que ele pretendia detonar na cara dos ministros do Supremo. Entre outros motivos, porque:
— a graça presidencial não salva o condenado da cassação do mandato e suspensão dos direitos políticos, tampouco impede que ele se torne inelegível por infringir a Lei da Ficha Limpa; 
— Bolsonaro só poderia perdoar o imperdoável Daniel Silveira após a proclamação do resultado final, ou seja, depois de apreciados todos os embargos que inevitavelmente serão interpostos, mas a pressão do calendário eleitoral o fez colocar o carro na frente dos bois.

Não é tudo, mas já basta para nos deixar tranquilos quanto ao destino da chicana do tenente expurgado do Exército por má conduta (ascendeu a capitão ao dar baixa,  conforme as normas militares) e que agora se arroga o papel de constitucionalista. Se pretensão e arrogância matassem, já estaríamos livres dele há muito tempo...

Falta um Sérgio Porto para fazer jus ao festival de besteiras com que o desgoverno atual nos brinda, mas o coitado talvez enfartasse por excesso de trabalho. 

Quanto à intenção de levantar a Câmara Federal contra a cassação de um deputado cuja imagem é tão horrorosa que colega nenhum lucrará eleitoralmente se identificando com ela, o Arthur Lira pode esquecer. Não vai rolar.
...é que são todos parecidos com aquele que o obrigou a dar baixa
Entre outros motivos porque Márcio Moreira Alves seria realmente injustiçado caso seu mandato fosse cassado apenas por ter recomendado às moçoilas que não namorassem cadetes militares.

Já Daniel Silveira simplesmente incitou as hordas bolsonaristas a fecharem o Congresso na marra (Trump explica), além de coagir com graves ameaças os ministros do STF que, e não por coincidência, tinham em mãos processos nos quais ele figurava como réu.

De resto, o sucesso deste novo plano infalível, muito pior que os do Cebolinha nas HQs do Maurício de Souza, dependeria de os altos comandantes militares, tão ciosos do respeito à autoridade, se colocarem a serviço de dois baderneiros destrambelhados que afrontam as leis deste país a todo momento.

Assim como depois do 7 de setembro no qual ninguém compareceu ao encontro marcado pelo genocida, restará, contudo, a pergunta: até quando o Brasil suportará tal sucessão de tramoias golpistas que geram intranquilidade, prejudicam a economia e fazem nosso país ser visto no exterior como a mais ridícula república das bananas?

Já passou da hora de retirarmos a faixa presidencial do louco e a substituirmos por uma camisa de força. (por Celso Lungaretti)

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