dalton rosado
O NIILISMO PELOS MAUS EXEMPLOS
A guerra geopolítica é o mais explícito mau exemplo que as nações beligerantes têm dado para a humanidade.
Trata-se da resultante prática de um modo de relação social segregacionista no interior das nações, que se extrapola extramuros. A bestialidade da iniciativa da guerra é inaceitável sob qualquer argumento, mesmo o de legítima defesa contra pretensa e iminente agressão.
Sei que muitos humanistas bem intencionados encontram justificativas para as ocorrência da guerras, considerando ingênuos os argumentos pacifistas e aceitando a invasão militar de um país por outro em determinadas circunstâncias (todos os países, vale dizer, têm travados guerras).
A guerra é algo estranho aos explorados de todos os países. Eles não devem ter uma pátria que os oprima, mas sim o sentimento de solidariedade a nortear as suas vidas em qualquer canto do planeta.
Em 01/02/1968, um vietcong preso é levado ao chefe... |
Na chamada modernidade, é a guerra concorrencial de mercado da lógica capitalista one world que está subjacente às guerras com armas altamente letais.
A briga do pequeno comerciante com seu concorrente da esquina se reproduz numa escala global entre países.
Não há nenhum santo nesta história, apenas governos movidos pela insensatez do capital que os comanda.
O mundo vive em chamas ou sob uma tensão eterna para a guerra, que vai desde as ditaduras sanguinárias e genocidas da África, passando pelos fundamentalistas religiosos islâmicos; pelos capitalistas de Estado ora convertidos em capitalistas de mercado; ou, ainda, pelas democracias burguesas do ocidente.
O móvel de tal estado de guerra ou de tensão para a dita cuja é o milenar desejo de uns povos subjugarem outros.
...de polícia do Vietnã do Sul, que o baleia em plena rua... |
Quanto aos senhores desse capital, nem sequer se dão conta de que, ao invés de administrá-lo, são por ele administrados (ainda que se beneficiem do dito cujo).
O capital:
— é senhor dos que pretendem ser senhores;
— tem caráter onívoro retroalimentado e autocentrado;
— é insensível ao drama humano e utilitário do mesmo ser que o conduz;
— é individualista e meramente utilitário da necessidade de consumo humana; e
— sua lógica funcional, de início destrutiva, é, por fim, autodestrutiva, autofágica.
A guerra é a sua síntese mais claramente exposta.
...dele restando apenas outro corpo estendido no chão... |
O capitalismo, que desde a crise de 2008 vem dando sinais claros de exaustão, tem, mais do que antes, se sustentado artificialmente pela emissão de moeda sem valor pelos países de moeda forte (EUA e União Europeia); a sua crise fundamental ora se vê agravada por fatores externos, quais sejam o aquecimento global e a pandemia do coronavírus.
A exacerbação disso tudo mexe com as peças do tabuleiro econômico mundial, prenunciando tempestades.
É impressionante como a lógica funcional do capital se introjeta nas mentes humanas para justificar a bestialidade da guerra como egressão para uns e legítima defesa para outros; seja para capitalistas ambiciosos ou mesmo para os humanistas bem intencionados.
Estava certo Karl Marx ao dizer que de boas intenções o inferno está cheio.
...e outro motivo para o povo lutar contra seus algozes. |
O pensamento humanista do velho barbudo deu cientificidade às suas análises contidas na crítica da economia política.
Já os erros do politicista Marx foram aproveitado pelos pensamento oportunista dos capitalistas de Estado para, em seu nome mas de forma indevida, exaltarem aspectos (positivos na aparência, porém negativos em essência) da parte politicista de sua obra, como a eternização de práticas e posturas que ele só admitia em caráter transitório. (por Dalton Rosado – continua neste post)
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