Legítimo, na opinião dele, seria "políticos de correntes diferentes historicamente se reencontrarem, superarem as suas diferenças na frente do povo", mas desde que existissem "uma razão ancestral", que justificasse a superação das divergências antigas, e uma "razão futura", que fornecesse um motivo válido para tal aliança.
Não há como discordarmos do Ciro, acrescento eu, porque inexiste qualquer convergência possível ou imaginável entre o socialismo e o Opus Dei, uma das mais reacionárias prelazias da Igreja Católica, cujo apoio impulsionou fortemente a carreira política de Alckmin no seu início.
Depois, repetindo Pedro, ele passou a negar o envolvimento com o Opus Dei, não só três vezes, mas tantas quantas lhe fosse perguntado, pois era um passado comprometedor, que queimava seu filme ao buscar objetivos maiores, como a presidência da República.
O Ciro também criticou outra consequência da "vocação para o conchavo que o Lula repete": a desistência do psolista Guilherme Boulos de disputar o governo de São Paulo, para aumentar as chances de vitória do petista Fernando Haddad.
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| Dez anos depois o Boulos já esqueceu disto? |
"Foi retirado Boulos, que incrivelmente aceita agora ser aliado do Alckmin. O Boulos no nosso debate dizia: 'Geraldo Alckmin cadê o dinheiro da merenda?' [desvio de até R$ 2 milhões de recursos públicos que se destinavam à dita cuja] E agora tá lá apoiando o Alckmin. Não foi o Alckmin que mudou..."
Novamente cabe um acréscimo meu: para o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto, mais incrível ainda é ele estar agora na mesma trincheira do responsável pelo massacre do Pinheirinho em 2012, uma das mais truculentas desocupações já ocorridas em São Paulo, de propriedades tomadas pelos paupérrimos por estarem abandonadas.
Seis mil coitadezas foram expulsos a porradas e pontapés, enquanto seus parcos bens eram vandalizados. E agora o Boulos beija o cassetete companheiro do Alckmin...
Horroroso é pouco para qualificarmos esses conchavos. A política profissional se tornou uma lixeira.
A esquerda deveria é estar resgatando a política revolucionária, pois o populismo amoral do PT, a serviço de um reformismo que apenas tenta tornar palatável o regime da exploração do homem pelo homem, só nos manterá patinando sem sairmos do lugar, com os governos capitalistas selvagens e os governos capitalistas bonzinhos se alternando até o final dos tempos. (por Celso Lungaretti)
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