"O Psol está preparando uma agenda com 12 pontos que deverão ser levados à discussão programática com o PT.
O tema será tratado na primeira reunião da executiva nacional da legenda deste ano, marcada para esta 6ª feira (11).Em congresso realizado em setembro passado, o Psol definiu por 56% a 44% que iria apoiar a campanha do ex-presidente Lula e não lançaria candidato próprio ao Planalto. Essa decisão ainda deve ser confirmada numa conferência da legenda prevista para abril.A condição para o apoio do Psol era justamente que o PT adotasse um programa de governo que contemplasse a esquerda. Nesta sexta serão levantados os temas que deverão ser levados à mesa de discussões com o PT em busca da construção de unidade.Os três principais eixos que deverão ser defendidos pelo Psol são:
— a revisão do teto de gastos e de reformas promulgadas nos governos Michel Temer e Jair Bolsonaro;
— políticas ambientais, entre elas a transição energética e o desmatamento zero; e
— a implementação de uma reforma tributária.Membros do partido pregam a taxação de bilionários com o objetivo de financiar um programa de transferência de renda.Apesar de o Psol se declarar contra a formação de uma chapa entre Lula e o ex-governador Geraldo Alckmin , líderes da legenda admitem que o apoio ao petista deve ser mantido de qualquer forma".
Não vejo, contudo, nenhuma possibilidade de se conciliarem os tais 12 pontos com o programa aprovado no Encontro Nacional de fundação do Psol, realizado nos dias 5 e 6 de junho de 2004, em Brasília, principalmente o item 3 da Parte I – Bases do programa estratégico:
"Nossa base programática não pode deixar de se pautar num principio: o resgate da independência política dos trabalhadores e excluídos.
Não estamos formando um novo partido para estimular a conciliação de classes. Nossas alianças para construir um projeto alternativo têm que ser as que busquem soldar a unidade entre todos os setores do povo trabalhador – todos os trabalhadores, os que estão desempregados, com os movimentos populares, com os trabalhadores do campo, sem-terra, pequenos agricultores, com as classes médias urbanas, nas profissões liberais, na academia, nos setores formadores de opinião, cada vez mais dilapidadas pelo capital financeiro...São estas alianças que vão permitir a construção da auto-organização independente e do poder alternativo popular, para além dos limites da ordem capitalista. Por isso, nosso partido rejeita os governos comuns com a classe dominante".
Na conferência prevista para abril, a tendência é que seja confirmada tal decisão de tornar o Psol uma força auxiliar da burguesia, subjugado ao partido que melhor representa no Brasil atual a política de conciliação de classes e a participação espúria da esquerda em governos comuns com a classe dominante.
(por Celso Lungaretti)
"...aqui me tens de regresso/ e suplicante te peço/ a minha nova inscrição..."
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