AS CRIANÇAS SÃO AS NOVAS VÍTIMAS DA SANHA ASSASSINA DO BOLSONARO

ricardo kotscho

QUEIROGA CONSEGUE SER MAIS COVARDE E

INCOMPETENTE DO QUE O GENERAL PAZUELLO

Bolsonaro é um grande headhunter, não se pode negar: conseguiu encontrar um ministro da Saúde ainda mais covarde, sabujo e incompetente para substituir o general Pazuello, de triste memória. 

Causou pena de ver este doutor Marcelo Queiroga dar entrevistas na 6ª feira (17) sobre a vacinação infantil para justificar o injustificável. 

Titubeante, nervoso, pensando dez vezes antes de dar uma resposta, enfileirou mil explicações para a operação tartaruga montada para atrasar ou impedir a vacinação das crianças, menos a principal: a imunização das crianças, já autorizada pela Anvisa, não pode começar imediatamente pela simples razão de que o Ministério não comprou as vacinas da Pfizer para o público infantil. 

Não foi só por omissão e desídia: Queiroga não comprou as vacinas apenas porque o presidente terrivelmente negacionista é contra. 

Para agradar ao presidente, este médico por formação e bolsonarista por opção de vida, faz qualquer coisa porque tem planos para entrar na política. 

Com a credencial de ser mais um ministro medíocre, entre tantos outros, ele quer ser candidato a qualquer coisa na Paraíba em 2022 e conta com o apoio de Bolsonaro. 

Se esse atraso na vacinação pode provocar a infecção e a morte de milhares de crianças, isso não é problema dele. Seu único objetivo no Ministério da Saúde é se manter no cargo e fazer como o antecessor Pazuello, aquele da máxima do um manda e outro obedece. 

Pouco importa que quem manda seja um absoluto jejuno em qualquer assunto ligado à vida humana. Queiroga vai lá e cumpre, mesmo que tenha de passar por vexames diários nas entrevistas à imprensa.

Há outros ministros no sinistro elenco bolsonarista tão ou mais incompetentes do que Queiroga, mas eles não têm a responsabilidade de cuidar da saúde pública e nenhum se mostra tão frouxo diante das absurdas ordens presidenciais. 

Paulo Guedes, p. ex., sempre resiste um pouco, se faz de difícil, antes atender às demandas de Bolsonaro em busca de mais dinheiro para comprar a reeleição. Queiroga, não: chuta logo com os dois pés a bola para escapar das perguntas dos repórteres. 

Quanto mais derrete nas pesquisas, mais o chefe de Queiroga procura agradar ao seu eleitorado fiel, cada vez menor e mais furioso nas redes sociais. 

Queiroga permanecer no Ministério da Saúde, mais um dia que seja, é um perigo para todos os brasileiros, no momento em que a pandemia recrudesce em vários países do mundo, que já voltaram a adotar medidas restritivas para impedir o avanço da Ômicron. 

Aqui, não, tudo é festa, deixa rolar. Bolsonaro só pensa onde vai passar as férias para provocar novas aglomerações de adoradores gritando mito! .

Os pais das crianças de 5 a 11 anos, que deveriam ser vacinadas ainda este ano, vão ter de esperar até Bolsonaro autorizar Queiroga a comprar as vacinas. 

Com essa gente, não tem trégua de Natal. Enquanto puderem fazer o mal, eles farão, com a maior desfaçatez e a grosseria de costume. 

Não tem vacina? Toma cloroquina. Se morrer, o problema é teu. Todo mundo vai morrer um dia, não é mesmo?, ainda que sejam indefesas crianças que estão começando a vida. 

Se acontecer alguma coisa com minha netinha de oito anos já sei quem são os responsáveis. 

Tudo isso é cruel e desumano. Não tem perigo de melhorar. Se por algum motivo, Queiroga for defenestrado, virá outro Pazuello, ainda pior. O exército de nulidades à espera de uma boquinha no governo parece inesgotável. 

Vida que recomeça? (por Ricardo Kotscho)