terça-feira, 18 de novembro de 2025

PROIBIÇÃO DA LINGUAGEM NEUTRA É UM ATO DE AUTORITARISMO RIDÍCULO

Militantes da revolução ortográfica exageraram 
em suas demandas e os tradicionalistas marcaram pontos

Sempre achei uma besteirinha a chamada linguagem neutra, que torna indeterminado se uma palavra se refere ao universo masculino ou feminino. 

Nisto e em quase todas as esquisitices do politicamente correto, a minha posição sempre foi a de que precisamos mudar o mundo, não a forma como nos referimos às coisas do mundo. 

Não devemos nos iludir, fazendo da rejeição de usos costumeiros um cavalo de batalha, como se o machismo fosse desaparecer bastando que o tornássemos uma palavra interditada. 

Continuaria existindo e causando os males que causa, pois sua extinção depende de uma transformação maior da sociedade, conhecida como revolução.

Isto posto, considero um ato de ridículo autoritarismo a lei que Lula acaba de sancionar, proibindo o uso de linguagem neutra na administração pública de todo o país.

Por que agir como se ainda estivéssemos na ditadura militar, quando os caprichos dos poderosos viravam lei?

Concordo que a tal linguagem neutra não deva ser imposta ao cidadão comum, pois  aí o serviço público estaria servindo para o proselitismo de uma prática que, por enquanto, tem mínima adesão.

Não vejo, contudo, por que não se proíbe o uso da LN apenas no que tenha relações com, ou se destine ao, público externo. 

Assim, não se estaria impondo a LN à coletividade em geral, nem impedindo que os adeptos dessa mudança conquistassem adeptos para sua cruzada no ambiente de trabalho.

Transcorridos 57 anos desde as barricadas parisienses, a palavra de ordem É proibido proibir continua tende muito a ver. (por Celso Lungaretti 

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